Os maiores argentinos da história da Juventus

Juventus FC v SS Lazio - Serie A

Investindo pesado para vencer a Liga dos Campeões, a Juventus não está pra brincadeira. O diretor esportivo Giuseppe Marotta mostrou que entende mesmo de mercado e fez ótimos negócios trazendo Pjanic, Dani Alves e Benatia gastando, até o momento, apenas 35 milhões de euros.

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As 10 partidas mais importantes da carreira de Del Piero segundo ele

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Hoje, 9 de novembro, Alessandro Del Piero faz 41 anos. Jogador mais importante da história da Juventus, detentor de todos os recordes, campeão do mundo em 2006, entrou em campo 688 vezes, 585 por clubes e 103 com a camisa da seleção italiana.

Em 2010, no seu livro “10+ O meu mundo em um número”, Del Piero elegeu as 10 partidas mais importantes da carreira. O gol mais importante? O de número 183, contra a Fiorentina pela Copa Itália, quando bateu o recorde de Gianpiero Boniperti e se tornou o maior goleador da história da Velha Senhora. Auguri, Capitano!

1. Itália x França – Final da Copa do Mundo, Berlim, 9 de julho de 2006

2. Alemanha x Itália – Semifinal da Copa do Mundo,  Dortmund, 4 de julho de 2006

3. Juventus x Ajax – Final da Liga dos Campeões, Roma, 22 de maio de 1996

4. Juventus x River Plate – Final da Copa Intercontinental, Tóquio, 26 de novembro de 1996

5. Itália x México – Grupos da Copa do Mundo, Oita, 13 de junho de 2002

6. San Vendemiano x Orsago – San Vendemiano, 10 de novembro de 1987

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7. Juventus x Real Madrid, Quartas de final da Liga dos Campeões, Turim, 20 de março de 1996

8. Juventus x Fiorentina, Quartas de final Copa da Itália, Turim, 10 de janeiro de 2006

9. Juventus x Fiorentina, 12ª rodada da Serie A, Turim, 4 de dezembro de 1994

10. Borussia Dortmund x Juventus – Grupos da Liga dos Campeões, Dortmund, 13 de setembro de 1995

Como Del Piero conquistou o coração do velho Agnelli e da torcida da Juventus

Em 1991, surgia pelo Padova um atacante que iria deixar seu nome nos livros de recorde da Juventus. Baixinho, tímido e carismático, com sorriso fácil, Alessandro Del Piero foi subindo das equipes juvenis até estrear pela Serie B, com apenas 16 anos. Antes disso, a vida não tinha sido muito gentil com ele.

Filho de um eletricista e de uma dona de casa, Alessandro vivia na região de San Vendemiano, uma comuna em Treviso, no Vêneto, norte da Itália. Stefano, irmão nove anos mais velho, chegou a atuar no juvenil da Sampdoria sem muito sucesso. O irmão, por sinal, desempenharia um papel fundamental na carreira e nos negócios de Del Piero.

A família vivia modestamente e a luxuosa vida de estrela de futebol parecia um sonho muito distante. Na escola, quando teve que escrever a redação “O que você quer ser quando crescer?“, com vergonha de dizer que gostaria de ser jogador de futebol, Ale escreveu que queria ser caminhoneiro.

Jogador com J maiúsculo

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Desde o começo, Alessandro mostrou que era diferente dos outros. Para desespero da mãe, o menino depois da escola esquecia da vida e ficava batendo bola até escurecer. O pai, mais compreensivo, achou melhor providenciar a iluminação do campinho próximo da casa. Como em toda história de sucesso, não basta ter talento, é preciso contar com a ajuda da sorte. No dia 10 de novembro de 1987, um dia depois de completar 13 anos, a vida de Alessandro Del Piero começou a mudar. Vittorio Scantamburlo, olheiro de ótimo faro, a pedido do diretor esportivo do Padova, foi assistir uma partida entre as modestas equipes San Vendemiano e Orsago.

Do presidente do San Vendemiano, Antonio Franceschet, ouviu as seguintes palavras: “Tenho dois garotos excepcionais, nascidos em 1974, Zanin e Del Piero. Mande alguém para vê-los. Diego Zanin é considerado melhor, mas eu quase caio da cadeira vendo o outro jogar. O número 9 tem um chute incrível e domina a bola de uma maneira que faz com que ela pareça grudada aos seus pés. Encontrei um jogador com J maiúsculo. “

Scantamburlo se aproximou do menino de poucas palavras e perguntou se ele havia sido procurado por alguma equipe. “Sim, fui procurado pelo Torino, mas eles não me quiseram”. Mais tarde descobriu que a família não deixou o filho partir. Desta vez, não teve jeito. O Padova não deixou o talento escapar. Del Piero passou dos 13 aos 18 anos morando no CT do Padova, até que ganhou uma chance no time principal, quase sempre como um jovem reserva que entrava no segundo tempo. Só causou impacto em 1992-93, sua segunda e última temporada no clube que, na época, disputava a Serie B.  Foram 14 atuações e um gol até que a Juventus entrou na sua vida.

O responsável pela contratação de Del Piero pela Juventus foi Giampiero Boniperti, astro dos anos 1950 e 60. Boniperti era presidente honorário na época e fez esforços para contratar o garoto, então com 18 anos. Os tempos em que voltava para Pádua sozinho de trem, com o coração apertado vendo a mãe chorar na despedida na estação estavam acabados. Dali em diante, Ale e sua família mudaram para melhor.

Pinturricchio

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O ano era 1993 e Boniperti conseguiu atrair o atacante por cerca de 5 bilhões de liras, algo equivalente a 1.82 milhões de libras. Logo de cara, o técnico Giovanni Trapattoni pediu Del Piero no elenco profissional, mas por alguns meses o jogador atuou pela Primavera da Juve, conquistando torneios juvenis. Mais tarde, na temporada 1993-94, fez 11 aparições e anotou cinco gols.

Aos poucos, o empenho e a capacidade de Del Piero encantaram alguém muito importante na Juve: o histórico dono do clube e da Fiat. Gianni Agnelli, conhecido como “L’ Avvocato” (o advogado), estava no comando do time desde 1947 e teve papel crucial na arrancada para os títulos juventinos nos anos 1970, 80 e 90.

Dizem que Gianni tinha tanto poder em Turim, que poderia mandar prender ou soltar alguém. O figurão se encantou tanto com Ale, que tinha por ele o carinho que um avô tem pelo neto preferido. Não eram raros os telefonemas às 6 horas nas manhãs de segunda-feira para parabenizar e comentar a partida do dia anterior. Antes de Del Piero, o predileto era Michel Platini, com quem Agnelli se identificava tanto pelo caráter quanto pelas atitudes dentro e fora dos gramados.

Muitos acreditavam que Platini seria o eterno xodó do magnata, até que Alessandro ganhou respeito no clube. L’ Avvocato apelidou o pequeno de ‘Pinturicchio‘, em alusão ao famoso pintor italiano do período do Renascentismo. A relação de 10 anos, que acabou com a morte de Agnelli, em 24 de janeiro de 2003, sempre foi de extremo respeito e carinho. A história de Del Piero, começada em 12 de setembro de 1993, quando fez seu primeiro jogo como profissional pela equipe bianconera, durou 19 anos, com vários títulos e um amor daqueles que são difíceis de se encontrar por aí.

Addio, Roby

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Em um curto espaço de tempo, o talento de Del Piero apareceu. A Juventus esperava muito de seu futuro craque. Era natural que ele herdasse a camisa 10 e ganhasse um papel de destaque na Juve. O único impedimento era a presença de outro astro: Roberto Baggio, que recebeu a alcunha de Rafael (Sanzio, outro pintor renascentista) de Agnelli.

O “duelo de pintores” não durou muito. Eles jogaram juntos por apenas duas temporadas, em 1993-94 e 1994-95. Cada vez mais, Agnelli preferia Del Piero a Roby, o que culminou na saída do craque para o Milan, em 1995-96. Gianni Agnelli sempre levou tudo que dizia respeito à Juventus para o lado pessoal, e nunca engoliu que Baggio não queria trocar Florença por Turim, e sempre declarou seu amor pela Fiorentina. O Avvocato alfinetava Roby sempre que podia, como durante a Copa de 1994, quando comentou a apagada atuação de Baggio contra o México, dizendo que ele parecia um ‘coelho molhado’.

Não houve rivalidade entre Baggio e Ale, como se pode pensar. Mas os dois seguiram caminhos opostos. Atuaram juntos na Copa de 1998 quando já eram adversários. Roby ainda passou por Bologna, Internazionale e Brescia antes de se aposentar em 2004. Pela Juventus, Del Piero bateu todos os recordes e conquistou o posto de maior ídolo da história do clube.

Queridinho do vovô

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Um dos momentos mais divertidos da história de Del Piero e Agnelli foi a renovação de contrato, em 1998.  Os dois trocavam declarações pela imprensa, com L’ Avvocato dizendo que Platini tinha vindo para a Juventus por um pedaço de pão. Provocação prontamente respondida por Ale: “Avvocato, o preço do pão subiu”.

Poucos dias depois, Alessandro foi até a sala do velho Gianni para negociar salários. O mandatário ofereceu um cheque em branco ao camisa 10, pedindo que ele preenchesse de acordo com o que considerava ideal. Ao todo, de 1993 a 2012, conquistou oito vezes a Serie A (duas delas cassadas pelo Calciopoli), uma Serie B, uma Copa da Itália, uma Liga dos Campeões e um Mundial Interclubes.

O Avvocato, que sonhava com um estádio próprio, não viu seu sonho realizado. Mas na primeira temporada do Juventus Stadium, o clube voltou a ser campeão da Itália, depois de 9 anos. No dia 13 de maio de 2012, foi a vez de Alessandro Del Piero dizer adeus à sua amada Velha Senhora. Foi jogar do outro lado do mundo, pelo Sydney FC, onde ficou por duas temporadas. Depois, já com 40 anos, foi para a Índia jogar pelo Delhi Dynamos.

Em seus anos com a camisa bianconera, Del Piero foi muito feliz, em parte, graças à relação com Agnelli. No décimo aniversário da morte do seu mentor, o atleta relembrou saudoso os momentos que viveu ao lado do velho:

Tive a sorte e  honra de caminhar por grande parte da minha vida com ele. Sinto falta de sua elegância, sua paixão e seu gosto pelas coisas mais finas deste mundo, pública e particularmente. Nesses dias, penso muito sobre o que ele teria me dito atualmente. Estou bem certo de que ele me ligaria para dizer que eu deveria ir conhecer Sydney para ver o que me espera. 

Em toda minha vida, conheci duas pessoas que, para mim, simbolizam a Juventus. Giampiero Boniperti, que me tirou do Padova e L’ Avvocato, que me honrou com a sua confiança e consideração. Ele conhecia tão bem o mundo, amava a beleza de diferentes lugares. Seu telefonema provavelmente seria às seis da manhã, como ele costumava fazer. Mas desta vez, em Sidney, eu provavelmente estaria acordado para atender, sem precisar esfregar os olhos e me espreguiçar.”

Seis graus de separação: De Gatãozinho a Dennis Bergkamp

O mundo da bola é muito pequeno. Quando você acha que um jogador não tem absolutamente nada a ver com o outro, aparece alguém e te prova que eles se conhecem ou atuaram juntos em algum jogo perdido nos registros. Se em ‘Quadrilha’, o famoso poema de Drummond, João e Teresa dão o pontapé inicial a um dominó de pessoas até que um tal de J. Pinto Fernandes surge do nada, aqui nós não teremos de usar um plot twist engraçado para acabar a história. Mas vamos logo à explicação, antes que vocês fiquem confusos.

 

Estávamos na nossa tradicional reunião de pauta, sem muita ideia do que escrever, quando lembramos do jogo chamado ‘Six Degrees of Kevin Bacon‘. Nesta brincadeira, todos os atores de Hollywood estão de alguma forma ligados ao protagonista de ‘Footloose’, seja por papeis em filmes ou por mera associaçãoVocê deve estar pensando ‘mas o que raios isso tem a ver com futebol?’ Tem tudo a ver! Arregaçamos as mangas e resolvemos adaptar tudo isso ao futebol. E o resultado foi maravilhosamente aleatório. Como tudo aqui na TF.

A brincadeira é assim: pegue um jogador qualquer, de preferência um Zé ninguém que só o seu tio Tonico lembra, porque lia a Gazeta de Piraporinha nos anos 1980. Agora, escolha um craque renomado no mundo todo. De Ronaldo a Zidane. Pronto. Entre estes dois jogadores de destinos completamente opostos, estão outros cinco caras (ou menos) que atuaram com uma das partes. É sério, sempre tem um elo.

Para começar essa brincadeira, escolhemos o meia Gatãozinho, que teve passagem célebre pelo Juventus. Em algum ponto, ele pode ser conectado a Dennis Bergkamp, craque da seleção da Holanda e do Arsenal. A mágica é achar este ponto de intersecção que traça uma linha bem doida entre Gatãozinho e Bergkamp. Como nenhum desafio é impossível para nós, achamos uma forma de fechar o ciclo.

 

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Gatãozinho, Juventus 1983

Este homem ficou ‘famoso’ pelos seus anos no Juventus. Gatãozinho é considerado o craque do time campeão da Taça de Prata de 1983, mais conhecida como a Segunda divisão do Brasileirão naqueles tempos. Anos depois, ele foi parar no Bragantino, onde em 1989,  conheceu Gil Baiano.

Gil Baiano, Bragantino 1989

O lateral-direito Gil Baiano jogava no Bragantino no ano de 1989, quando cruzou seu destino com Gatãozinho. No ano seguinte, já sem o ex-juventino, o Braga foi campeão paulista e surpreendeu o Brasil ao fazer uma final exótica com o Novorizontino. Gil acabou indo parar no Palmeiras, onde foi campeão paulista e brasileiro em 1993, tirando o Verdão da fila. Nesta mesma equipe alviverde, Gil atuou com Edmundo, o Animal.

Edmundo, Palmeiras 1993

A ciranda segue com Edmundo, que foi um dos grandes astros responsáveis pela vitória palmeirense contra o Corinthians, na final do estadual de 1993. O atacante rodou por Flamengo, Corinthians e Vasco antes de ser vendido com status de melhor do Brasil à Fiorentina, em 1998. Naquela temporada, pôde fazer uma dupla formidável com o argentino Gabriel Batistuta, capitão da Viola.

Gabriel Batistuta, Fiorentina 1998

Batistuta, como vocês já devem ter acompanhado aqui no site, disputou nove temporadas da Serie A italiana pela Fiorentina e conquistou apenas um título, o da Copa da Itália. Resolveu sair e foi vendido à Roma em 2000, para sanar problemas financeiros da Viola. Conseguiu finalmente ser campeão italiano e teve o volante brasileiro Emerson como companheiro. Roda, roda, roda e avisa…

Emerson, Roma 2001

Emerson, que foi revelado pelo Grêmio e defendeu o Bayer Leverkusen até 2000, chegou junto com Batistuta à Roma. Os dois levaram o time da capital a um título esperado por 18 anos. Pelos seus serviços prestados, o volante foi convocado pela Seleção Brasileira e jogou a Copa de 1998. Era o capitão do Brasil para a Copa de 2002, mas deslocou o ombro durante um treinamento e não chegou a atuar naquele torneio. O Brasil foi pentacampeão com Gilberto Silva como titular.

Gilberto Silva, Brasil 2002

Gilberto Silva foi um volante de suma importância no esquema de Felipão para a Copa de 2002. Começou no América Mineiro e logo chamou a atenção do Atlético, se transferindo em 2000 para o Galo. A sua participação no Mundial do Japão lhe colocou no mapa dos grandes europeus. Com o Penta, acabou comprado pelo Arsenal logo depois da Copa. Aí, finalmente…

Dennis Bergkamp, Arsenal 2003

…chegamos ao holandês. Bergkamp, que ficou famoso por fazer golaços ao longo de sua carreira, começou no Ajax, foi transferido para a Internazionale e depois aceitou um convite do Arsenal. Na Inglaterra, teve sua melhor fase. E em 2002, cruzou com Gilberto nos Gunners. Em 2003, deram início ao time conhecido como ‘Invincibles’, que conquistou a liga de forma invicta no ano seguinte.

Fascinante, não? Pois é, também achamos. Semana que vem tem mais, com outros sete jogadores aleatórios.

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Onze times grandes que já foram goleados por 7 a 1

Drama. Choro. Desespero. Ranger de dentes. Descrença. Surpresa. Vergonha. Decepção. Como vivem os times grandes que já levaram de 7 a 1 alguma vez na história? De que se alimentam? 7 a 1 foi pouco? Suas torcidas conseguiram superar o trauma? Essas e outras respostas a seguir.

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Primeiramente, é preciso dizer que não haveria pauta se o Brasil não tivesse levado uma naba da Alemanha. Acreditamos que recordar é viver, então infelizmente traremos esta enorme mancha da Seleção novamente à tona. Entendemos que o 7-1 não é um atestado de óbito e que é possível se reerguer depois dele.

Contudo, mesmo com uma infinidade de títulos depois (nem sempre foi o caso dos times que citaremos abaixo), a mancha permanece. Só que para o azar do Brasil, o 7-1 sofrido contra os alemães é o mais importante deste texto. Aos derrotados, a nossa solidariedade.

Brasil 1-7 Alemanha (Copa do Mundo 2014)

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E lá vem eles de novo. Olha que absurdo… a chance de mais um gol! As palavras de Galvão Bueno no quinto gol marcam a enorme surpresa do povo brasileiro ao ver o jogo da semifinal da Copa de 2014, no Mineirão. O Brasil apanhou feio da Alemanha e levou a pior goleada de sua rica história. A punição ao clima de oba oba talvez tenha sido pesada demais para a Seleção, que teria perdido de qualquer jeito. Quis o destino e o ataque alemão que fossem sete gols contra apenas um dos brasileiros. Cada torcedor tem os seus culpados para o vexame. Müller, Klose, Kroos (2x), Khedira e Schürrle (2x) marcaram para a Alemanha, Oscar diminuiu para o Brasil. A Alemanha foi campeã e a Seleção ainda levou porrada da Holanda na disputa do terceiro lugar.

Manchester United 7-1 Roma (Liga dos Campeões 2006-07)

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Em 2007, a Roma chegava às quartas de final da Liga dos Campeões, sonhando em quem sabe derrubar o Manchester United. No entanto, levou para a Inglaterra uma derrota por 2-1. A missão de reverter o agregado era possível até os onze minutos da primeira etapa. Carrick abriu o placar e a porteira: depois disso não se viu mais a Roma em campo. A chuva de gols ainda teve Rooney, aos 18, Cristiano Ronaldo aos 42 só no primeiro tempo. Nos 45 minutos finais, Cristiano Ronaldo, Carrick, De Rossi (para os italianos, tarde demais) e Evra balançaram as redes. United na semifinal e romanistas traumatizados. Vale lembrar que na fase de grupos da edição 2014-15 da Champions, a Roma levou outro 7-1, desta vez do Bayern, em pleno estádio Olimpico. Os ingleses pararam só nas semifinais, perdendo para o Milan de Kaká.

Corinthians 7-1 Santos (Campeonato Brasileiro 2005)

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7 a 1 eterno, brincam os corintianos com a goleada no Peixe, em novembro de 2005. Liderado por Tévez, o Corinthians caminhava para o seu quarto título na competição. No Pacaembu, teve gol pra dar e vender. O Timão não se importava que o adversário era o atual campeão brasileiro. Simplesmente atropelou e fez a festa. Rosinei abriu o placar e Geílson empatou, tudo isso com oito minutos no relógio. A partir daí, só Corinthians: Tévez fez três, Nilmar dois e Marcelo Mattos fechou a conta.

Fluminense 7-1 Botafogo (Campeonato Carioca 1994)

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Pelo quadrangular final do Campeonato Carioca de 1994, o Fluminense aplicou um 7-1 no Botafogo, para ganhar moral na disputa. No Maracanã, o Flu do técnico Delei esteve irresistível, mas não teve grande público para exibir a sua goleada. Cerca de 3 mil pagantes estavam nas arquibancadas para ver o clássico carioca, marcado para uma sexta-feira, 26 de abril. Ézio e Luiz Henrique marcaram duas vezes cada, Luiz Henrique, Tilico e Branco também deixaram as suas marcas. Grizzo diminuiu para o Bota. O Tricolor foi vice-campeão estadual daquele ano.

Vasco 7-1 São Paulo (Campeonato Brasileiro 2001)

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O Vasco de Romário entrou em campo e fez um jogo imparável contra o São Paulo, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro de 2001. Muitos torcedores do Tricolor se recordam daquela partida como a miséria absoluta do pobre goleiro reserva Alencar, que entrou para ocupar a vaga do titular Rogério Ceni, expulso por pegar a bola com a mão fora da área. A expulsão de Ceni foi o estopim para uma das grandes vergonhas do São Paulo. Gilberto, Euller, Romário (3x), Léo Lima e Dedé fizeram os gols vascaínos. França fez o único gol dos visitantes. O Vasco não conseguiu chegar na segunda fase e o São Paulo foi eliminado ainda nas oitavas de final pelo Atlético Paranaense.

Palmeiras 7-1 Flamengo (Torneio Rio-São Paulo 1951)

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O Palmeiras também já teve um resultado para entrar na história com o placar de 7-1. Os registros dão conta de que no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo, o Verdão triturou o Flamengo em 25 de fevereiro de 1951. Marcaram: Rodrigues aos 15, Liminha aos 30, 44, 80 e 87, Lima aos 32 e Aquiles aos 68. – Durval foi o único flamenguista a balançar o barbante. Cabe acrescentar que os palmeirenses conquistaram o torneio posteriormente em cima do Corinthians. Este título foi o terceiro das chamadas Cinco Coroas: em sequência, o alviverde venceu a Taça Cidade de São Paulo de 1950, o Campeonato Paulista de 1950, o Rio-São Paulo de 1951, a Taça Cidade de São Paulo de 1951 e a Taça Rio de 1951, este contra a Juventus.

Boca Juniors 7-1 San Lorenzo (Apertura 2006)

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Com base do time que seria campeão da Libertadores em 2007, o Boca Juniors amassou o San Lorenzo em pleno Nuevo Gasómetro. Palermo fez um triplete, Palacio marcou duas vezes, Cardozo e Franzoia anotaram os gols xeneizes. Hirzig diminuiu a goleada pelo Cuervo. A partida ocorreu em 27 de agosto de 2006 e o Boca se tornou líder do Apertura, competição que venceria com 44 pontos, superando o Independiente apenas no saldo de gols.

Juventus 1-7 Milan (Campeonato Italiano 1949-50)

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O Milan conseguiu ferir a Juventus com uma goleada incontestável durante o Campeonato Italiano de 1949-50. No Comunale de Turim, então casa bianconera, os milanistas fizeram 7-1 e envergonharam a massa juventina com uma atuação fantástica. Na época, três suecos comandavam o ataque do Diavolo: Gren, Nordahl, Liedholm, o trio Gre-No-Li. Hansen abriu o placar para os mandantes, sem prever a virada e a catástrofe que viria: Nordahl e Liedholm fizeram dois gols cada, enquanto Gren, Burini e Candiani completaram a surra. A Juve não se abalou e conseguiu a recuperação até conquistar o scudetto daquela temporada, superando o mesmo Milan por cinco pontos.

M’gladbach 7- 1 Internazionale (Copa dos Campeões 1971-72)

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O 7-1 mais polêmico desta lista certamente é o do Borussia M’gladbach contra a Internazionale, pelas oitavas de final da Copa dos Campeões de 1971-72. Avassalador, o time alemão queria estender o seu domínio na Europa, mas foi impedido pelos italianos da Inter. No dia 20 de outubro de 1971, os Potros golearam com Heynckes, Le Fevre, Netzer (2x cada) e Sieloff, de pênalti. Boninsegna fez o de honra dos nerazzurri. O jogo acabou sendo anulado porque Boninsegna foi atingido por uma lata de refrigerante atirada por torcedores locais aos 29 minutos. Com a inversão dos mandos, a Inter venceu por 4-2 em Milão e empatou em Berlim por 0-0, ficando com a vaga. A grande atuação do craque Netzer com a camisa do M’gladbach foi apagada dos livros oficiais. Já a Inter, foi até a final e perdeu para o Ajax de Cruyff.

Sporting 7- 1 Benfica (Campeonato Português 1986-87)

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Em dezembro de 1986, pelo Campeonato Português, o Sporting deu o maior presente possível para os seus torcedores no dérbi lisboeta contra o Benfica. Fazendo 7-1 no rival, os Leões honraram a camisola alviverde com Manuel Fernandes (4x), Mario Jorge (2x) e Meade. Wando fez o único golo dos Encarnados. Até hoje esta partida é motivo de gozação entre os adeptos. Curiosamente, o Benfica acabou sendo o campeão daquela época com uma única derrota, justamente o 7-1 para o Sporting.

Barcelona 7-1 Leverkusen (Liga dos Campeões 2011-12)

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O Barcelona não teve dó do Bayer Leverkusen pelo jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões de 2011-12. Em casa, o time catalão viu Messi resolver a parada e levar a bola pra casa ao marcar cinco vezes no dia 7 de março de 2012. O argentino foi artilheiro do torneio graças à aquele jogo no Camp Nou. Tello fez os outros dois e Bellarabi diminuiu para os germânicos. Naquela campanha, o Barça só foi parado pelo Chelsea nas semifinais. Messi terminou com 14 gols, dois a mais que Mario Gomez, segundo goleador do torneio.

 

Gaetano Scirea

Gaetano Scirea

1989, o verão europeu está terminando e, pelo campeonato polonês, jogam ŁKS Łódź e Górnik Zabrze. Na arquibancada, o jovem assistente técnico da Juventus de Turim observa o próximo adversário da Copa da UEFA. Na sua caderneta ele faz valiosas anotações sobre o atacante Ryszard Cyroń, marcador dos dois gols do Górnik Zabrze na partida daquele sábado.

O jogo termina tarde, deixando a volta para casa para o dia seguinte, logo depois da missa. O assistente sabe que tem pela frente 4 horas de viagem até Varsóvia, onde um voo para Turim o aguarda. O motorista parece ter pressa, porque o Fiat 125P está muito acima da velocidade permitida. Uma decisão instintiva, a ultrapassagem perigosa e, em questão de segundos, surge à sua frente um caminhão que transporta combustível. Em poucos minutos, o veículo está em chamas. Aos 36 anos, Gaetano Scirea está morto.

Scirea nasceu no dia 25 de maio de 1953, em Cernusco sul Naviglio, na Lombardia. Criado nas categorias de base do Atalanta, onde jogou de 1972 a 1974, foi na Juventus que ele conquistou tudo.

Gai, como era conhecido, é um dos cinco jogadores da história do futebol europeu que venceu todos os troféus internacionais reconhecidos pela UEFA e pela FIFA. Foram sete scudetti, duas Copas da Itália, uma Copa UEFA, uma Copa dos Campeões, uma Recopa UEFA, uma Supercopa europeia, um Mundial Interclubes e uma Copa do Mundo. Em sua imaculada carreira, talvez, o recorde que mais o represente é o de nunca ter sido expulso.

Como Scirea nenhum outro

Personagem raro no mundo do futebol, sobre Gaetano Scirea se pode escrever muito, mas nunca o suficiente. Impossível descrevê-lo sem repetir adjetivos como classe, talento, elegância, decência, gentileza e personalidade. Um cavalheiro com uma leitura incomparável do jogo, líbero por definição, como poucos. Ao contrário de Franz Beckenbauer e Franco Baresi, dois mitos na posição, que eram defensores que avançavam, Scirea era defensor quando estava na defesa e atacante quando estava no ataque. A “Velha Senhora” não amou ninguém como amou Gaetano.

Um dos protagonistas da conquista italiana de 82 – de seus pés saiu o passe para o gol de Tardelli que rendeu à Itália o tricampeonato – já tinha se destacado na Copa da Argentina, em 1978. Sua aventura azzurra terminou depois da Copa de 86, no México. Para dar a dimensão da importância de Scirea na seleção italiana basta lembrar que por causa dele Baresi passou seis anos na reserva.

Fora do campo

As homenagens não se limitam ao futebol No dia 26 de agosto de 2011, a banda Stadio lançou a musica “Gaetano e Giacinto”, dedicada a Scirea e Facchetti. Mesmo sem nunca ter pisado nos gramados nem do Delle Alpi nem do Juventus Stadium, a curva sul dos ultras juventinos leva seu nome.

Em sua memória foi criada a “Coppa Gaetano Scirea”, torneio internacional de futebol juvenil, realizado anualmente na cidade de Matera. A prefeitura de Turim deu seu nome à uma rua, no bairro de Mirafiore, zona periférica. Um prêmio para quem sempre preferiu os campinhos de várzea aos sofisticados parques da cidade piemontesa.

“Dizem que durante a partida, um jogador se transforma: bobagem, você é apenas você. Conta o instinto, ali não existe o freio da inteligência, aparece o profundo. E o profundo de Scirea era Scirea. Um defensor que nunca foi expulso porque para ele bastava a classe. Nunca vi ninguém mais elegante, com a cabeça erguida. E pureza do toque era a pureza moral. Homens importantes: quanta riqueza. Hoje a exasperação de tons me faz sentir ainda mais profundamente o vazio da perda. Gaetano me faz falta no caos das palavras inúteis, dos valores absurdos, das bobagens. Sinto falta do seu silêncio retumbante.” (Dino Zoff)

Às vezes, o futebol esquece e é preciso recordar. Gaetano Scirea era número 6 e escreveu seu nome na história do futebol. Discreta e timidamente. É preciso recordar que ele foi grande. Muito além dos títulos, poucos jogadores conquistaram a admiração e o respeito de companheiros e adversários. Saiu de cena sem alarde, como tudo que fez na vida.

São passados 26 anos daquele 3 de setembro de 1989. O tempo, que marca nossa vida, insiste em nos lembrar que os grandes não envelhecem e não morrem. Eles vivem na chama eterna da memória.

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  • Publicado originalmente no site “Todo Futebol”

Crise conjugal

Líder de novo. A vitória da Juventus sobre a Fiorentina veio com suor e riscos desnecessários, mas recoloca a Velha Senhora na ponta – pelo menos até a Udinese e a Lazio entrarem em campo. No sábado, falei que o time vinha desperdiçando chances absurdas. Desta vez, o desperdício foi dos atacantes. No primeiro tempo, a Juve precisou finalizar 14 vezes para fazer um golzinho. Torcedora exigente que é, a Lilian Trigo não está nada satisfeita e pode falar melhor do que eu.

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Matri, a estrela da noite


Tripletta: A Juventus tá liderando… Por que essa insatisfação toda?
Lilian: A Juve e eu estamos vivendo uma daquelas crises de casal. Até segunda ordem, ela dorme no sofá. Desde 2006, ser juventina não tem sido fácil. Escândalo de apostas, perda de scudetto, Série B, debandada de jogadores… Mas amor é chupar a manga, mesmo quando é amarga.

Tripletta: Mas como uma vitória pode ser amarga? Conta aí como foi o jogo.
Lilian: Noite chuvosa em Turim, 5° C, estádio cheio e a Juventus em campo com a camisa mais feia do mundo. Debaixo do implante capilar, Antonio Conte sacou um esquema 4-2-3-1, pra dar uma chance de Vidal dizer a que veio. Krasic, que não tem nada a dizer desde setembro do ano passado, nem no banco ficou. O primeiro tempo foi bacaninha, mesmo com Pirlo apagado e o pé de Vucinic precisando de uma calibrada. O ataque perdeu bem uma dúzia de chances, mas, hoje, Bonucci desencantou e fez mais ou menos tudo o que fez no Bari nas duas últimas temporadas passadas. Espero que este não seja o gol de 15 milhões de euros. Fim do primeiro tempo.

Tripletta: Na volta, seu time quase entregou a rapadura, certo?
Lilian: Nas suas sábias palavras, no segundo tempo a Juventus voltou Roma. Mihajlovic colocou Gilardino e ele, logo de saída, resolveu infernizar a vida de Storari, dublê de goleiro e jockey nas horas vagas. Como lá pros lados de Turim empate é o sabor da estação, depois de 13 minutos de sofrimento, a Fiorentina faz o dela com Jovetic.

Tripletta: E aí foi a vez da Fiorentina “romar”.
Lilian: Porque Pepe, o jogador que eu amo odiar (e xingar), resolveu calar minha boca e fez um passe perfeito pra Matri desempatar a partida. Hoje a Juve dorme líder do campeonato. Eu devia estar feliz, não é? Devia, mas não consigo deixar de pensar naquele time de 1995, que, além de encher os olhos com o futebol, tinha a camisa mais bonita de todos os tempos.