E se a gente fizesse uma seleção só com jogadores que viraram técnicos?

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Muitos jogadores não conseguem ficar longe do futebol depois da aposentadoria e logo se metem em cursos para começar a vida como treinadores. A maioria esmagadora de técnicos que fizeram sucesso no futebol mundial é formada por ex-atletas. Sabendo disso, escolhemos 11 caras que jogaram muita bola e depois foram para o banco de reserva transmitir seus ensinamentos. Mesmo não sendo um 4-4-2 tradicional, olha só a nossa seleção:

Dino Zoff, goleiro

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Dino Zoff encerrou uma longa trajetória como goleiro em 1983, jogando pela Juventus. Foram 22 anos de ofício até a aposentadoria, incluindo o lendário titulo da Copa de 1982 no currículo. Em 1988, o italiano assumiu a Juve e conquistou uma Copa da Itália e uma Copa Uefa em 1990. O último time que treinou foi a Fiorentina, em 2005. Também comandou a Lazio e a Itália neste intervalo.

Franz Beckenbauer, líbero

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O mais respeitado jogador da história da Alemanha também se aposentou em 1983 como atleta. Ídolo do Bayern e com boas passagens pelo New York Cosmos e Hamburgo, o ‘Kaiser’ também brilhou como treinador. Comandou a seleção alemã, o Olympique de Marselha e o Bayern de Munique. Foi campeão do mundo na Copa de 1990, conquistou o Alemão e a Copa Uefa com o Bayern. Não treinou mais nenhum clube depois de 1996.

Bob Paisley, lateral-esquerdo

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O grande Bob Paisley foi um lateral-esquerdo de respeito e marcou época pelo Liverpool. Jogou apenas pelos Reds e, por nove anos, também treinou o clube, o único que defendeu em sua carreira. Foi campeão inglês como jogador em 1947, mas teve mais sucesso como técnico: bicampeão da liga, tricampeão da Copa da Inglaterra, da Copa dos Campeões Europeus e uma vez vencedor da Copa Uefa. Deixou o cargo em 1983 e foi sucedido por Joe Fagan, que venceu a Copa dos Campeões em 1984 contra a Roma. Paisley morreu em 1996, aos 77 anos.

Diego Simeone, volante

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Raçudo, temperamental e catimbeiro: estas eram as características de Diego Simeone como volante. Ganhou fama jogando pela seleção argentina e por grandes clubes europeus como Sevilla, Atlético de Madrid, Internazionale e Lazio. O ínicio e o fim de sua carreira foi na Argentina, começou no Vélez e se aposentou no Racing, em 2006. Foi na ‘La Academia’ que deu os primeiros passos como treinador e decolou quando assumiu o Estudiantes, no mesmo ano. Campeão nacional com os Pincharratas, repetiu o feito pelo River Plate. No entanto, ficou famoso mesmo quando retornou ao Atlético de Madrid. A lista de feitos de El Cholo pelo time madrilenho não é pequena: um título da Copa Uefa, uma Liga Espanhola, uma Copa do Rei e uma Supercopa da Uefa, além de chegar à final da Liga dos Campeões em 2014.

Pep Guardiola, volante

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A trajetória de Pep Guardiola é praticamente uma ode ao Barcelona. Formado nas categorias de base do time catalão, o volante foi multicampeão no Camp Nou. Até a aposentadoria em 2006, também passou, sem muito brilho, por Brescia, Roma, Al-Ahli e Dorados de Sinaloa. Voltou ao Barcelona para treinar as categorias de base do Barça até ter a chance de assumir o time titular. Aí, começa a outra parte da história. Em sua primeira temporada no banco de reservas, os catalães levantaram a Champions, a Liga Espanhola, a Copa do Rei e o Mundial de Clubes da Fifa. Guardiola ainda repetiu o feito em 2011. Ao todo, tem nove títulos, cinco supercopas (duas da Uefa e três da Espanha). Depois de um ano sábatico, que tirou para aprender alemão, Pep foi para o Bayern e continuou com a série vitoriosa: bicampeão alemão, campeão da Copa da Alemanha, do Mundial de Clubes da Fifa e da Supercopa Uefa.

Fabio Capello, meia

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O meia Fabio Capello fez uma carreira vitoriosa com passagens por Roma, Juventus e Milan. Parou em 1980, para estudar e treinar equipes de base do Milan. Em 1986 virou assistente de Nils Liedholm e ganhou experiência. A partir de 1991, começou a atuar como treinador efetivo. Foi tetracampeão italiano e campeão europeu com o Milan, bicampeão espanhol com o Real Madrid em duas passagens, campeão italiano com a Roma e bicampeão italiano com a Juve. No entanto, os títulos juventinos foram cassados após o escândalo do Calciopoli e a Internazionale herdou os scudetti. Em 2006, comandou o Real Madrid e venceu o título espanhol. Depois treinou sem grande brilho as seleções da Inglaterra e Rússia. Foi demitido pelos russos e, no momento, está de olho em qualquer vaguinha que aparecer.

Carlo Ancelotti, meia

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Carlo Ancelotti foi um dos meias mais brilhantes da Itália nos anos 1980 e 90. Começou no Parma e teve grandes fases por Roma e Milan. Conquistou títulos importantes dentro e fora da Itália com dois dos esquadrões mais memoráveis da história romanista e milanista. Carlo se aposentou em 1992, e três anos depois estava de volta ao futebol como técnico. Fez bom trabalho no Parma, mas brilhou mesmo no Milan, a partir de 2001. Poderíamos ficar aqui por várias linhas falando de seus títulos, mas o que você precisa saber é que ele foi campeão nacional por Milan, Chelsea e Paris Saint-Germain, levantou três vezes a Champions por Milan e Real Madrid e ainda tem dois títulos do Mundial de Clubes da Fifa. É pouco respeito? Ancelotti está desempregado desde que saiu do Real, em junho de 2015.

Johan Cruyff, meia/atacante

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Johan Cruyff dispensa apresentações. Revolucionário, o gênio holandês brilhou por Ajax, Barcelona e Feyenoord antes de se aposentar em 1984. Na década seguinte, virou treinador e levou o Barça a montar o inesquecível ‘Dream Team’ com Romário, Stoichkov, Laudrup e Ronald Koeman. Em 1991, sofreu um infarto que quase o matou. Aposentou-se em 1996. Em outubro de 2015, foi diagnosticado com câncer de pulmão, apesar de ter parado de fumar depois dos problemas cardíacos.

Brian Clough, atacante

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Brian Clough pode até ser conhecido pelas suas façanhas inacreditáveis como treinador, mas antes disso teve papel importante com a camisa do Middlesbrough e do Sunderland. Foi um atacante com faro de gols e se aposentou em 1964, com uma média invejável de gols e convocações pela seleção inglesa. Treinando o Derby County e o Nottingham Forest, em um curto espaço de tempo, saiu da segunda divisão para conquistar a elite inglesa. Com o Forest, encaixou uma sequência perfeita de acesso, título da primeira divisão e bicampeonato da Europa, batendo o Liverpool, time mais temido da época. Clough é considerado uma verdadeira lenda do esporte. Morreu em 2004, depois de uma década lutando contra os efeitos colaterais do alcoolismo.

Sir Alex Ferguson, atacante

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Sir Alexander Chapman Ferguson é uma lenda viva do futebol inglês. O escocês jogou como atacante de 1957 a 74 e disputou a Copa de 1966 com a Escócia. Atuou por toda a carreira em times do seu país e brilhou por Dunfermline Athletic, Rangers e Falkirk. Quando começou a ser treinador, mostrou enorme potencial. Surpreendeu a Europa sendo campeão da Recopa Uefa com o Aberdeen e, pouco tempo depois, despontou como comandante da Escócia, logo após a morte de Jock Stein nas Eliminatórias para a Copa de 1986. Depois da seleção, Fergie foi para o Manchester United e com algum tempo de trabalho, se consolidou como maior técnico da história do clube mancuniano: 13 vezes campeão inglês, duas vezes campeão europeu e mais uma porrada de outras Copas. Exigente e disciplinador, acumulou histórias de rixas com jogadores, mas sempre venceu e continuou no cargo. Se aposentou em 2013, deixando um legado de incríveis vitórias.

Alfredo Di Stéfano, atacante

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Quem foi o maior craque da história do futebol? Pelé ou Maradona? Há quem diga que foi Alfredo Di Stéfano, o argentino que levou o Real Madrid a dominar a Europa nos anos 1960. Atacante com uma classe inimitável, Di Stéfano largou o ofício em 1966, após dois anos jogando pelo Espanyol. A partir de 1967 virou técnico e conquistou importantes troféus por Boca Juniors, Valencia, River Plate e Real Madrid. O Real foi seu último clube como treinador, em 1991. Alfredo morreu em 2014, com 88 anos, reconhecido como grande ator de um futebol romântico.

Os melhores e os piores momentos do derby romano

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Rivalidade no futebol é coisa antiga, cada cidade, região, país tem a sua, mas nenhuma é como a de Roma e Lazio. Do primeiro derby, em 1929, até hoje foram disputados 178 clássicos capitolinos.

Cada derby é único e reserva grandes emoções. Nos 85 anos do confronto já aconteceu de tudo. Selecionamos alguns momentos que merecem ser lembrados e outros que poderiam ser esquecidos.

Troféu “Ó do borogodó”

CUSPIDA DE ZAGO EM SIMEONE

Antonio Carlos Zago sempre foi um bom moço, até o derby de 1999. Ninguém tem a menor ideia do que Simeone falou pra ele, mas a resposta não poderia ser pior: uma bela cusparada na cara.

Tudo bem, sabemos que Simeone nunca foi flor muito cheirosa, mas não desejamos uma cuspida nem para nosso pior inimigo.

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PANCADARIA DENTRO E FORA DO OLÍMPICO

Uma semana antes da partida, os ânimos já ficam exaltados entre as duas torcidas. Por esse motivo, de uns anos para cá, o derby não acontece de noite. Não que o horário vá impedir que rolem xingamentos e safanões, mas pra que facilitar a pancadaria, não é?

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Fora do estádio, a coisa é muito pior. No último derby, em maio deste ano, dois torcedores da Roma foram esfaqueados, duas horas antes da partida.

Depois do jogo, os 2 mil agentes policiais tiveram bastante trabalho para conter os ânimos exaltados. As ruas em torno do estádio foram fechadas e a tropa de choque lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os grupos que lançavam objetos contra a polícia.  Membros das duas torcidas foram presos por envolvimento nos incidentes e a truculência policial rolou solta.

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FESTIVAL DE EXPULSÕES

Roma e Lazio sem expulsão não é derby. Os jogadores entram em campo com os nervos à flor da pele e qualquer faísca pode provocar uma explosão.

Nos últimos 12 encontros, 16 jogadores foram expulsos: 9 da Lazio e 7 romanistas. O último foi o biancoceleste André Dias, que conseguiu ser expulso depois de apenas 3 minutos em campo.  O volante Ledesma, que hoje está no Santos, tem o recorde negativo de 3 vermelhos em uma dúzia de partidas.

Do lado romanista, em 2012, De Rossi foi para o chuveiro mais cedo depois de dar um soco na cara de Stefano Mauri.

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JOGANDO CONTRA O PATRIMÔNIO

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Sergio Santarini, jogador da Roma, tem o recorde negativo de maior marcador de gols contra no derby: 2 no total. Um marcado em 1971 e outro em 1973. Mas ele não está sozinho, do lado da Lazio: Faotto, Gualtieri, Wilson, Pulici, Janich e Negro mandaram para a própria rede. Do lado romanista: Acerbi e Rocca.

No derby do dia 18 de março 1979, as duas equipes tiveram gols contra: Cordova da Lazio e De Sisti da Roma.

PAOLO DI CANIO, GENTE BOA (SÓ QUE NÃO)

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Paolo Di Canio merece entrar na lista pelo conjunto da obra. Di Canio, que nunca escondeu suas preferências políticas, dedicou um capítulo da sua autobiografia a Benito Mussolini e tem duas tatuagens em homenagem ao Duce, “Dux” no braço e o rosto do ditador nas costas. A primeira vez que fez a saudação fascista foi num derby. Repetiu o gesto mais três vezes, contra Livorno, Juventus e Rieti.

Enquanto jogava pelo Sheffield Wednesday empurrou o juiz após ser expulso em uma partida contra o Arsenal. Em 2010, compareceu ao funeral de Paolo Signorelli, notório fascista condenado por envolvimento no Massacre de Bolonha, que matou 85 pessoas e feriu mais de 200.

Suas posições políticas causaram problemas quando trabalhou como treinador na Inglaterra. Quando fui contratado pelo Swindon Town, em 2011, o patrocinador GMB cancelou o contrato devido às suas posturas políticas. A sua contratação pelo Sunderland, em 2013, provocou a demissão do vice-presidente do time, David Miliband, por divergências irreconciliáveis com a comissão técnica.

ESTÁDIO VAZIO

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No estádio Olímpico, a partir dessa temporada, os setores reservados para as torcidas estão separados por barreiras de vidro, para impedir confrontos. A decisão da federação italiana e da prefeitura de Roma gerou grande revolta por parte de torcedores tanto de Roma quanto de Lazio.

As torcidas organizadas decidiram boicotar a partida deste domingo e, pela primeira vez, os torcedores dos dois times estarão do mesmo lado. E a Curva Nord e a Curva Sud estarão vazias.

PROVOCAÇÃO

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Se Totti costuma provocar a torcida da Lazio com bem humoradas mensagens na camiseta, algumas provocações ultrapassam o limite aceitável, como a de Daniele De Rossi no ultimo derby. Mas De Rossi não foi o primeiro a mostrar o dedo médio para a torcida adversária. Em 1989, Paolo Di Canio (sempre ele), fez o mesmo gesto para a Curva Sud.

CARTOLAS

Claudio Lotito e James Pallotta poderiam entrar para o grupo ‘Calados são poetas’. Toda vez que o presidente da Lazio abre a boca fala alguma bobagem. Algumas das suas pérolas são mais divertidas que polêmicas e, quase sempre, viram memes na internet.

Já James Pallotta costuma gerar polêmicas com bastante frequência. Este ano, o chefão da Roma, errou a mão e chamou parte dos torcedores de ‘fucking idiots’. O que Mister Pallotta esqueceu é que esses ‘idiotas’ não chegaram ontem na capital, e eles nunca deixaram de apoiar o time, mesmo sem ver a cor de um título há 15 anos.

Troféu “Crème de la crème”

SELFIE DE TOTTI

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A partida deste domingo será a de número 42 de Francesco Totti. Resumindo, Il Capitano tem mais jogos contra a Lazio que anos de vida.

Quase tão marcantes quanto seus 11 gols na arqui-inimiga Lazio são suas comemorações. Criativo e original, no último derby, Totti se superou fazendo uma selfie minutos depois de colocar a bola no fundo das redes de Marchetti. Os laziali venciam por 2-0 e o capitão giallorosso empatou a partida. Ficou “só” nisso.

COREOGRAFIA DAS TORCIDAS

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A cada derby, as torcidas se superam nas coreografias. Desde o famoso “Ti amo” da Curva Sud, em 1983, respondido com “Lazio nel cuore” no ano seguinte, a criatividade não conhece limite.

BRODAGEM

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Nem todas as partidas entre as duas equipes da capital foram marcadas por brigas. No dia 19 de novembro de 1979, Roma e Lazio se uniram em uma partida amistosa para homenagear Vincenzo Paparelli, falecido no derby do dia 28 de outubro. A renda de 59 milhões de liras foi doada para a família do rapaz.

A partida “Romanos” contra “Resto da Itália”, disputada no Olímpico, foi vencida pelos visitantes por 1-2, com gols de Roberto Pruzzo, que viria a ser um grande ídolo da Roma nos anos 80.

HOMENAGEM A ADRIANO

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Adriano chegou na Roma e logo ganhou o título de “O Imperador”. Dentro de campo não fez muita coisa e a lembrança mais marcante de sua passagem pela cidade eterna é a faixa que a torcida da Lazio fez para homenageá-lo em todo seu esplendor e sobrepeso.

O VOO DA ÁGUIA

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A linda e altiva mascote da Lazio, Olímpia, costuma dar rasantes antes das partidas em que a equipe é anfitriã. Desde sua estréia, no dia 22 de novembro de 2010, a águia real americana, cujo nome original era Dulcinea, conquistou o coração dos torcedores. Foram eles, inclusive, que escolheram entre Olimpia e Vittoria, através de uma votação promovida pelo clube.

Olimpia vive no Centro Esportivo de Formello, sob os cuidados do treinadores Juan e José Bernabé, mas é no Olímpico que ela se sente em casa.

O VOO DO AEROPLANINO

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Vincenzo Montella é o recordista de gols em um mesmo derby. Na temporada 2001-2002, voou baixo e marcou 4 gols, na vitória romanista por 1-5. Antes, em 1999, já tinha marcado uma doppietta, na partida que terminou 4-1 para a Roma.