Musica para craque, a playlist definitiva

Segunda edição da nossa playlist reúne apenas hits que homenageiam craques do futebol mundial. Valem todos os estilos possíveis, desde que tragam o nome do jogador no título da faixa. Separe seus fones de ouvido.

Um grande jogador é imortalizado por seus feitos em campo. Um ídolo ganha música. Alguns dos maiores jogadores de todos os tempos foram eternizados em verso, prosa e ritmo. Nossa playlist super especial desta semana tem de rap a música brega. Mas isso importa? Na verdade, não.

Como futebol não conhece fronteiras e é o mais democráticos dos esportes, temos a banda australiana Vaudeville Smash tecendo loas a Zinedine Zidane, os franceses do Mano Negra cantando Diego Maradona, o catalão Joan Manuel Serrat homenageando László Kubala, a música de uma banda de Palma para Samuel Eto’o e muito mais. De bônus vai uma preciosidade: a música para Sven-Göran Eriksson.

Na série americana Breaking Bad, Walter White, ao se transformar em seu alter ego maléfico Heisenberg, cunhou a frase “Say my name”. Aqui, Zidane, Ibra, Falcão e cia, dizem “Sing my name”. Resista se for capaz.

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O derby eterno das Ilhas Scilly

 

Todos os domingos, entre novembro e março, pontualmente às 10h30, no campo Garrison a mesma partida é disputada: Garrison Gunners contra Woolpack Wanderers. E vice versa. Para colocar ordem nessa confusa história um único árbitro, Paul Charnock. Este é o clássico conhecido como “Dia da Marmota”.

Scilly é um arquipélago formado por 56 ilhas, localizado a 45 km da Cornualha. Apenas 5 das ilhas são habitadas: St. Mary’s, Tresco, St. Martins, Bryher e St. Agnes. St. Mary’s é a maior delas, com 1.800 habitantes e conta com duas coisas importantíssimas: um aeroporto e o menor campeonato de futebol do mundo.

O campeonato surgiu nos anos 1920, com a Lyonnesse Inter-Island Cup, e somente as cinco ilhas maiores participavam. Na década de 1950, alguns times deixaram de existir e competição ficou restrita apenas a duas equipes do arquipélago: Rovers e Rangers. Em 1984, os times foram rebatizados e surgiram Woolpack Wanderers, malha vermelha com mangas azuis, e Garrison Gunners, laterais azuis na malha amarela. Desde então, para dar o pontapé inicial na temporada, em novembro, as equipes disputam a Charity Shield, torneio entre os vencedores da Liga e da Taça das Taças.

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Campeão ou vice? Não importa

O calendário é bastante agitado. Além das 18 rodadas do campeonato principal, as duas equipes disputam a Wholesalers Cup e a Foredeck Cup. Como todos os jogos são disputados no campo Garrison, os gols fora de casa não contam. Durante a temporada são disputados 22 derbies, e ambas as equipes são filiadas à Football Association.

O acontecimento esportivo é uma partida da seleção local contra o Newlyn Non Athletico, time da 14ª divisão inglesa. Anualmente eles recebem o time do continente, o Truro City FC. No mês passado, uma novidade no calendário anual da ilha: uma parceria firmada entre Anthony Gibbons, o novo presidente do St. Mary’s Football Club, e Scott Reid, da associação de observadores de pássaros. A partida inaugural, com patrocínio do ‘Bird Guide’, publicação oficial dos amantes das aves, terminou com vitória dos anfitriões por 4-0.

O quente mercado da bola

Nada das tradicionais peneiras. As transferências antes do início do campeonato, quando os jogadores podem mudar de equipe, são absolutamente inusitadas. Quem decide quem jogará por qual equipe é o capitão e a disputa usa um método infalível: cara ou coroa. Quem ganha pode escolher os 20 jogadores que farão parte da sua equipe na temporada.

Depois das partidas disputadíssimas, onde não é incomum parentes e amigos se enfrentarem, todos se encontram no Scillonian Club, na ilha St. Mary’s, para a tradicional cerveja e a troca de impressões sobre o jogo.

Sonhando grande com a ajuda de campeões

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O menor campeonato de futebol do mundo teve seus 15 minutos de fama, em 2008. Em uma campanha publicitária da Adidas, chamada “Dream Big”, lançada antes da Euro da Áustria e Suíça, estrelas do futebol conheceram os meninos das duas equipes locais. David Beckham e Steven Gerrard treinaram por alguns dias com a garotada, mas a surpresa foi a partida final. Fazendo jus ao slogan “Impossible is nothing”, as duas equipes ganharam reforços de peso, como Daniele De Rossi, Anderson, Patrick Vieira, Andriy Voronin e Michael Ballack.

A arena

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O Garrison Field pode não ser o Maracanã ou uma das modernas arenas atuais, mas tem um charme único. Instalado no alto da ilha de St. Mary’s, na histórica fortificação do Castelo Star, construído em 1593, a vista do Atlântico é de tirar o fôlego. O recorde de público do modesto estádio foi de 322 expectadores.

Migração de talentos

O campeonato enfrenta graves problemas para continuar existindo. O grande inimigo da liga é a crise econômica, que faz com que os habitantes saiam da ilha para tentar a vida no continente. Contando com menos de 40 membros, a média de idade das equipes é bastante alta: 35 anos.

Outro fator importante é falta de renovação de jogadores. Muitos garotos, a partir dos 16 anos, são obrigados a deixar de lado o esporte para terminar os estudos no continente europeu. Menos de 10% retornam. Os planteis são basicamente formados por trabalhadores de diversas áreas na Ilha. Entre motoristas, construtores de barco e cozinheiros, a diversidade de profissões forma uma gama curiosa entre os ‘atletas’.

Na última temporada, um brasileiro participou do campeonato. Vestindo as cores do Woolpack Wanderers, o carioca Samuel Campos, 41 anos, ajudou seu time a levantar a menor taça do mundo.

Este ano foi difícil conseguir jogadores para formar os  dois times. Como o número de membros cai a cada ano, foi preciso aumentar o valor da colaboração dos jogadores. Agora, quem não paga, não joga. A liga começou também a vender camisas para arrecadar fundos para comprar redes novas para os traves e uma máquina de lavar para os uniformes. Nem os animadores números da temporada, 137 gols em 21 partidas, parece animar novos adeptos.

Os cartolas estão programando amistosos com times do continente para agitar as coisas. No ano passado, uma equipe de TV alemã filmou uma partida, que foi exibida no intervalo de Bayern e Roma, pela Champions League.

Você deve imaginar que jogar 22 vezes contra o mesmo adversário é entediante. Os jogadores insistem em dizer que não.  Mesmo sabendo as qualidades, os truques, os pontos fracos e fortes do oponente, a cada jogo a rivalidade aumenta. Desde que a FIFA reconheceu o torneio, em 2002, o Woolpack Wanderers, atual campeão,  venceu mais vezes que o Garrison Gunners.  Só não pergunte os números, porque até eles perderam a conta. O campeonato pode ser pequeno, mas o amor desse povo pelo futebol é imenso.

E ah, se bater ainda mais curiosidade, você pode visitar o site oficial feito pelo pessoal das Ilhas Scilly.

Seis Graus de Separação: De Junior Tuchê a Eric Cantona

Notamos que vocês gostaram da brincadeira dos Seis Graus de Separação e então resolvemos fazer mais uma vez esta maravilhosa associação entre jogadores completamente aleatórios. Para quem não entendeu a proposta, explicamos rapidinho: pegamos dois jogadores do nada e tentamos achar seis atletas que tenham ligação com eles.

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Junior Tuchê, Palmeiras 1997

O zagueiro Junior Tuchê foi um dos mais obscuros atletas a defender o Palmeiras no meio da década de 1990. Foi formado no Vitória e chegou em meados de 1997 ao Verdão. Ficou até 1999 no clube, o último grande na sua carreira. Lá em 1997, enquanto o clube vivia um hiato de títulos em uma década gloriosa, o baiano encontrou o folclórico Viola…

Viola, Valencia 1995

Viola, um verdadeiro gênio da irreverência e do carisma, teve seu brilho no Palmeiras, mas no geral saiu sem títulos e foi rejeitado por grande parte da torcida pela sua passagem no Corinthians, anos antes. Viola chegou a defender o Valencia em 1995, onde conheceu o goleiro espanhol Andoni Zubizarreta.

Andoni Zubizarreta, Barcelona 1994

Um ano antes de ter contato com Viola no Valencia, Zubizarreta jogava no grande Barcelona de Johan Cruyff. O goleirão estava em seus últimos anos de carreira quando desembarcou no Mestalla. No Barça, viveu sua melhor fase e teve a chance de dividir espaço com o meia Michael Laudrup, reconhecido como maior atleta da história da Dinamarca…

Michael Laudrup, Real Madrid 1995

Michael Laudrup perdeu espaço no elenco do Barça e resolveu se mudar para o Real Madrid em 1995. Jogou muita bola e acabou cruzando seu destino com o atacante Raúl González, ainda em início de carreira…

Raúl González, Real Madrid 2003

Raúl, um dos mais notáveis centroavantes que já passaram pelo Real Madrid, fez seu nome ao longo de sua carreira com a camisa madridista. Histórico, o camisa 7 conseguiu ser estrela mesmo em uma fase espalhafatosa do Real, de 2002 em diante: a era dos Galácticos. Neste mesmo time, atuou com Zinedine ZidaneLuís Figo, Ronaldo e David Beckham…

David Beckham, Manchester United 1995

Parte da memorável geração de 1992 revelada pelo United nas mãos de Alex Ferguson, o meia David Beckham ainda buscava reconhecimento em 1995, quando aprendeu muito sobre futebol com o mestre Eric Cantona, camisa 7 dos Red Devils. Inclusive Becks acabou herdando o número quando o francês se aposentou em 1997.

Eric Cantona, Manchester United 1995

Chegamos ao fim da linha. Foi difícil, mas conseguimos ligar o esquecido Junior Tuchê a um grande ícone dos anos 1990 que foi Eric Cantona, atacante e problemático jogador que hoje aparece emprestando seu nome a causas sociais. Pois ele é muito mais do que aquela voadora, amigos…

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