BAFTA TV 2020 – Edição Indoor

Na última sexta-feira, aconteceu a edição 2020 do BAFTA para TV, a mais importante premiação britânica da categoria. O anfitrião da noite foi Richard Ayoade, o inesquecível Maurice Moss de “The IT Crowd”, que conseguiu a proeza de divertir, mesmo sozinho no estúdio.  

O destaque foi a premiação da veterana Glenda Jackson, como melhor atriz na categoria filme para TV por “Elizabeth is Missing”, baseado no livro de mesmo nome da escritora Emma Healey. Em 1992, Jackson, vencedora de dois Oscars por “Mulheres Apaixonadas” e “Um Toque de Classe”, se afastou da atuação para entrar na política e chegou a ser nomeada ministra dos transportes no governo Tony Blair. Aos 84 anos, depois de ter passado 27 anos longe das câmeras, ela recebeu seu primeiro prêmio da telinha pequena. 

Graças às maravilhas da tecnologia – e ao Zoom! – os concorrentes puderam participar e sentir a emoção da vitória do conforto de seus lares. E as reações foram incríveis, como você vai pode confirmar assistindo esses maravilhosos vídeos: 

Melhor Minissérie

Melhor performance feminina em série de comédia

Melhor performance masculina em série de comédia 

Melhor performance de entretenimento

Ator principal

Atriz principal

Ator coadjuvante

Atriz coadjuvante

Melhor série de drama

Melhor filme para TV

Melhor série de comédia

Melhor série internacional

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Prêmio Especial 

Vai um remake aí?

Sabe-se lá o passa pela cabeça dos produtores quando resolvem refilmar séries estrangeiras de sucesso. O que pode ser a receita perfeita para o desastre – e muitas vezes é – às vezes surpreende positivamente e supera, em muito, o original, como nos casos de “The Office”, “House of Cards” e “Homeland”. 

Nesta lista temos alguns exemplos de boas e péssimas refilmagens, incluindo duas ‘made in Brazil’, que merecem uma conferida. Nem que seja só pela curiosidade. 

Fawlty Towers / Snavely / Amanda’s / Payne / Zum letzten Kliff

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Célula Mater: Fawlty Towers

Pegue uma das séries britânicas mais cultuadas de todos os tempos, mude o local para alguma cidade americana, acrescente conceituados atores yankees e voilà, em segundos você terá… um grande fracasso!

Criada e protagonizada por John Cleese, do genial Monty Python, Fawlty Towers é simplesmente sensacional. Basil Fawlty é o dono de um b&b à beira mar, mas não tem nenhum jeito para lidar com pessoas. Na verdade, ele é absolutamente antissocial! A incompetência de Basil só é superada pelas trapalhadas de Manuel, o garçom espanhol que não entende inglês. Completando essa trupe amalucada, temos as duas mulheres da série: Sybil e Polly. A esnobe e enérgica Sybil é casada com Basil e passa a maior parte do tempo dando ordens ao marido. Polly é camareira mas, no fundo, é quem mantém tudo funcionando, além de livrar o chefe de todas as enrascadas em que se mete. 

Filhotes: Snavely / Amanda’s / Payne / Zum letzten Kliff

O mais incrível é que não tiveram a ideia de refilmagem uma vez, mas quatro! A primeira, em 1978, chamada “Snavely“, trazia Harvey Korman no papel principal e tinha Betty White como sua mulher Gladys. Korman, que chegou a ter seu próprio programa de TV, The Harvey Korman Show, era um grande comediante, figurinha fácil em todos os filmes de Mel Brooks, mas não tinha o necessário para incorporar o humor ácido de John Cleese. Resultado: a série morreu no ninho e ninguém sentiu a menor falta.  

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Para a segunda tentativa mudaram o gênero do protagonista. Basil se tornou Amanda Cartwright, interpretada por Bea Arthur. Arthur, premiadíssima atriz da Broadway, tinha passado 5  anos longe da TV, desde 1978, quando sua sitcom, “Maude”, chegou ao fim. As diferenças não ficaram só no gênero da protagonista, no lugar do cônjuge entram em cena o filho e a nora. Reza a lenda que John Cleese ficou tão revoltado quando leu o roteiro, que tirou seu nome do projeto. Amanda’s estreou em 1983, teve só uma temporada e foi cancelada depois de 13 episódios. 

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Payne foi a tentativa número três, com John Larroquette como o excêntrico Royal Payne. Foi ao ar em março de 1999 e fez check out depois de 10 episódios. 

Em 2001, estreou Zum letzten Kliff, a adaptação alemã das desventuras de Basil Fawlty. Nem preciso dizer que não deu muito certo e a coisa não passou do piloto, não é? 

Queer as Folk / Queer as Folk

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Célula Mater: Queer as Folk UK

Stuart Allen Jones (Aidan Gillen, o Mindinho de “Game of Thrones”),  Vince Tyler (Craig Kelly de “Titanic”) e Nathan Maloney (Charlie Hunnam, o Jax de “Sons of Anarchy”) são os protagonistas da série que, quando foi lançada, pretendia ser uma representação do mundo gay na Manchester década de 90. Stuart é bonito, bem sucedido e um verdadeiro predador sexual. Vince é um tipo mais discreto e seletivo, o que explica estar há muitos meses sem sexo. Já Nathan, estudante de 15 anos, está decidido a explorar sua homossexualidade. Os dois primeiros, amigos desde a infância e às vésperas de completar 30 anos, encontram o jovem Nathan no fim de uma noitada. Stuart decide ‘iniciar’ Nathan no sexo, mas no dia seguinte não quer vê-lo pela frente. 

O título vem de um jogo de palavras, que mistura uma expressão comum no dialeto do norte da Inglaterra (“Não existe nada mais estranho que o povo”) e a palavra “queer“, que desde os anos 50 e 60 é usada pejorativamente para se referir a homossexuais. Hoje considerada uma série cult, Queer as Folk teve apenas 10 episódios, divididos em 8 na primeira temporada e 2 na segunda. 

Filhote: Queer as Folk US

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Em Pittsburgh, Pensilvânia, um grupo de amigos gays, Brian (Gale Harold de “Deadwood”), Michael (Hal Sparks de “Cara, Cadê Meu Carro?”), Emmett (Peter Paige de “Where the Bears Are”) e Ted (Scott Lowell de “Bones”) saem para uma noitada, que termina na Babylon, o melhor lugar da cidade para quem está procurando diversão. No fim da noite, Brian conhece e leva para casa Justin (Randy Harrison de “Mr. Robot: Sociedade Hacker”), estudante de 17 anos que ainda frequenta o colégio. Obviamente o garoto se apaixona por ele mas, entre idas e vindas, acaba se tornando mais que sexo casual. 

Na série americana, batizada no Brasil com o duvidoso título “Os Assumidos”, outros personagens ganham espaço e importância, como o casal Lindsay(Thea Gill de “Dante’s Cove”) e Melanie (Michelle Clunie de “Teen Wolf”). Lindsay tem um filho com Brian, de quem é amiga desde a faculdade, e Melanie é cliente de Ted, que trabalha em um escritório de contabilidade. Um personagem que não existia na série original e é um ganho na versão americana é Emmett Honeycutt. Se à primeira vista ele parece se encaixar perfeitamente no estereótipo do gay extravagante, ao longo da série ele mostra grande integridade e acaba conquistando um papel de destaque. 

Esse é um dos casos em que a criatura supera o criador. A versão americana é melhor, maior e infinitamente mais bem sucedida que a original. Ron Cowen e  Daniel Lipman, responsáveis pela adaptação da série de Russell T. Davies, foram os pioneiros a mostrar o homossexualismo no horário nobre da TV americana. Além disso, em suas 5 temporadas, vários temas importantes foram abordados, como HIV, homofobia e direitos da comunidade LGBT.  

Slings & Arrows / Som & Fúria 

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Célula Mater: Sling & Arrows

Na cidade de New Burbage, às vesperas da estréia do maior festival shakespeariano do Canadá, a companhia de teatro que vai apresentar ‘Hamlet’ está um caos. Em Toronto, Geoffrey Tennant, diretor e ator que anos antes teve um colapso nervoso em cena, está trabalhando no “Théâtre Sans Argent”, teatro fuleiro onde nada – nem a descarga funciona. Ele aparece no noticiário acorrentado na porta do teatro, protestando contra a ação de despejo. Depois de afogar as mágoas no fundo de várias garrafas, Oliver Wells, diretor artístico da companhia, telefona para Geoffrey pra colocar em pratos limpos os desentendimentos do passado. Em seguida Oliver morre tragicamente, atropelado por um caminhão. Tennant é convidado para ocupar o lugar dele e acha que esta é uma excelente oportunidade para recuperar o prestígio perdido. O que ele encontra é um desastre: o protagonista, o ator americano que interpreta Hamlet, está sofrendo de uma crise aguda de insegurança; a atriz principal é a ex-amante de Geoffrey, que não esta muito feliz em reencontrá-lo e o fantasma do diretor artístico assombra o teatro. É dessa premissa que parte Slings & Arrows (título surrupiado de uma citação de Hamlet), série criada por Mark McKinney, ex-membro do The Kids in the Hall, famosa trupe de comédia dos anos 90. 

A série teve três temporadas, uma para cada peça de Shakespeare – Hamlet, Macbeth e Rei Lear – e ganhou 22 prêmios, além de revelar Rachel McAdams, que se tornaria mundialmente conhecida pelo filme ‘Diário de uma Paixão’. 

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Filhote: Som & Fúria

Som & Fúria é outro título emprestado de uma citação do bardo, só que desta vez o escolhido é Macbeth. E não poderia ser mais adequado: “É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado.” Adaptação bastante fiel, tem roteiro e direção de Fernando Meirelles, que contou com a colaboração – e as bençãos – dos criadores canadenses. O elenco é de primeira, encabeçado por Rodrigo Santoro e Andréa Beltrão, também conta com Felipe Camargo, Pedro Paulo Rangel, Gero Camilo, Daniel de Oliveira, Débora Falabella, Maria Flor, Daniel Dantas e Dan Stulbach. A série estreou em 2009, teve 12 episódios e ganhou o prêmio da APCA de melhor minissérie. 

Broadchurch / Gracepoint 

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Célular Mater: Broadchurch

A paz da pacata Broadchurch é abalada quando um menino de 11 anos é encontrado morto. Para investigar as circunstâncias misteriosas d morte, dois detetives são encarregados do caso, o forasteiro Alec Hardy e Ellie Miller, amiga da família do menino morto, que está voltando à ativa depois da licença maternidade. O crime causa um verdadeiro frenesi na mídia e aos poucos vai mostrando que a idílica cidade costeira não é o paraíso que aparenta ser. 

Broadchurch é até hoje uma das séries mais populares no Reino Unido, o que deve ter motivado os produtores a criar uma versão americana da história. No lugar de Olivia Colman entrou Anna Gunn, que na época estava em alta por causa de “Breaking Bad”, como parceira de David Tennant, que repete o papel da série original, apesar do nome mudado. Além de Tennant, James Strong também desembarcou na América para dirigir alguns episódios. 

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Filhote: Gracepoint

No remake americano, o cenário muda de Dorset para a Califórnia. Mas as diferenças não ficam por aí. O final de Gracepoint é diferente e, de uma certa maneira, mais interessante que o original. A causa mortis também mudou. Se na série britânica Danny foi estrangulado, na americana ele morreu de um trauma na cabeça. 

Outra novidade é aprofundar os acontecimentos dos dias que antecederam sa morte de Danny, bem como o relacionamento com Tom, seu melhor amigo e filho mais velho da detetive. Mas o que distingue as duas séries é o fato de Broadchurch explorar de maneira magistral o impacto da morte do garoto e seus efeitos na comunidade, enquanto sua cópia made in USA se concentrar quase que única e exclusivamente em solucionar o crime. 

Broadchurch teve três temporadas, enquanto Gracepoint não passou da primeira. Infelizmente a Amazon Prime só disponibiliza a versão dublada da série americana. 

Como aproveitar o fim do mundo / No Tomorrow

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Célula Mater: Como aproveitar o fim do mundo

Acreditando na profecia Maia, que diz que o fim do mundo ocorrerá no dia 21 de dezembro de 2012, a esotérica Kátia decide aproveitar a vida e fazer tudo que tem vontade. Para isso, ela faz uma lista de desejos, que vão desde vingança à fantasias sexuais. Como trabalha no departamento pessoal, ela vê que Ernani, o cético técnico de contabilidade, marcou suas férias para o dia seguinte do apocalipse. 

Com um enredo divertido e um elenco encabeçado por Alinne Moraes, Danton Mello e Nelson Freitas, Como aproveitar o fim do mundo oferece tudo que as sitcoms da Globo tem de melhor. Não é à toa que foi a primeira série brasileira a ganhar uma versão americana. 

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Filhote: No Tomorrow

No processo de adaptação, a história sofreu algumas mudanças: agora os dois protagonistas acreditam no fim do mundo e querem cumprir uma bucket list antes do apocalipse. A protagonista gringa também subiu na vida, agora ela trabalha no centro de distribuição da Amazon. Seu parceiro virou um hippie que curte a vida adoidado. Nada disso garantiu o sucesso da série, que estreou em 2016 e profeticamente, como o título sugere, não teve futuro e foi cancelada depois de 13 episódios. 

 

Den som dræber / Those Who Kill 

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Célula Mater: Den som dræber

Uma jovem desaparece sem deixar vestígios, mas durante a investigação surgem semelhanças com outros casos sem solução. Uma divisão especial é criada para investigar os assassinatos, que parecem ter sido cometidos por um serial killer. Juntos, a detetive Katrine Jensen e o psiquiatra forense Thomas Schaeffer, descobrem que os métodos do assassino são muito mais sofisticados e ele não se encaixa nos padrões tradicionais de comportamento daqueles que cometem múltiplos homicídios. 

Den Som Dræber é mais uma da longa lista de séries dinamarquesas exportadas para os Estados Unidos. Suas predecessoras, “The Killing” e “The Bridge”, fizeram bastante sucesso. A série, que estreou em 2011, é uma criação da jornalista e escritora de best-seller Elsebeth Egholm. O título é uma citação do Código Penal do país: “Aquele que mata outra pessoa é condenado por homicídio culposo com penas que vão de 5 anos de reclusão à prisão perpétua”. Cada caso é apresentado em dois episódios e a temporada tem 5 histórias completas. Depois de um hiato de 8 anos, estreou a nova produção da franquia: Den som dræber – Fanget af mørket, com 8 episódios. A segunda temporada está prevista para ir ao ar em 2021. 

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Filhote: Those Who Kill

O remake americano bem que tenta ser fiel, começando pela tradução do título original, mas prefere se concentrar mais na protagonista, batizada de Catherine Jensen. Para interpretar a detetive foi escolhida Chloë Sevigny, conhecida por suas participações em filmes independentes e elogiadíssima por sua participação em “Big Love”. A Jensen de Sevigny ganhou algumas características bem americana: é viciada em trabalho e obcecada em descobrir a verdade sobre o desaparecimento do irmão. Sua relação com o patologista Schaeffer também é menos conflituosa.

A série fazia parte do catálogo da Netflix brasileira, mas desapareceu misteriosamente.

The Thick of It / Veep 

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Célular Mater: The Thick of It

O Ministério de Assuntos Sociais é uma bagunça. Após a renúncia de seu antecessor, orquestrada pelo todo poderoso Malcolm Tucker, homem forte do partido e conselheiro do Primeiro-Ministro, quem assume é o indeciso e corrupto Hugh Abbot. Tentando lidar com a frustração de ter todas as suas ideias podadas por Malcolm, Hugh e sua equipe, formada por James, consultor especial sênior,  Ollie, consultor júnior e Joanna, assessora de imprensa, tentam elaborar novas  políticas. O único problema é que nada dá certo e eles passam a maior parte do tempo tentando evitar a iminente demissão. 

The Tick of It é uma deliciosa sátira política criada por Armando Iannucci, com um elenco encabeçado por Peter Capaldi (“Doctor Who”) e as participações de Tobias Menzies (“Outlander”), Michael Maloney (“The Crown”), Tom Hollander (“O Gerente da Noite”) e Joe Cole (Peaky Blinders). Vencedora de dois prêmios BAFTA de melhor sitcom, teve 4 temporadas. 

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Filhote: Veep

Em 2012, Armando Iannucci, atravessou o oceano para supervisionar a produção do remake, batizado de Veep. Na versão americana, a protagonista é a ex-senadora  Selina Meyer, que de uma hora para outra se torna vice presidente dos Estados Unidos. 

Contando com o irresistível talento de Julia Louis-Dreyfus, Veep conseguiu a façanha de não só superar a série original, mas criar um plot inteiramente independente, levando Selina à presidência dos Estados Unidos. Com um elenco de apoio de primeira linha, que inclui Tom Hale (“Arrested Development”), Anna Chlumsky (“Meu Primeiro Amor”), Gary Cole (“The Good Fight”) e Timothy Simons (“Quem é Você, Alasca?”), arrematou nada menos que 70 prêmios. A série chegou ao fim em 2019, um ano após Julia Louis-Dreyfus terminar o tratamento de câncer de mama. 

Criminal Justice / The Night Of 

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Célula Mater: Criminal Justice

Depois de um dia cheio de emoções, com direito a marcar o gol da vitória de seu time no último minuto de jogo, Ben Coulter só quer comemorar com os amigos. Na hora de sair, seu carro insiste em não pegar. Nenhum problema, pois o táxi do pai está parado na garagem. Ele segue pelas ruas de Londres e, quando faz uma parada para atender o celular, um moça entra no carro. Os planos para a noitada deram errado e ele resolve levar a passageira para onde ela quer. Pouco depois os dois vão parar no apartamento dela. Uma coisa puxa a outra e, depois de muita bebedeira, drogas e sexo, Ben acorda e encontra a moça morta ao seu lado. Ele foge, mas se envolve em um acidente de carro. Não passa no teste do bafômetro e é levado para a delegacia. Enquanto isso, os detetives que investigam a morte da moça identificam as digitais de Ben na cena do crime. Ele é interrogado, mas não consegue lembrar de nada. É daí que parte Criminal Justice, série criminal britânica de 5 episódios. 

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Filhote: The Night of

The Night of  não deixa nada a desejar ao original. Com as adaptações necessárias ao sistema judicial americano e a primorosa produção da HBO, a série conta a dramática odisseia de Nasir Khan, estudante universitário de origem paquistanesa, para provar sua inocência. Como todo imigrante muçulmano, depois de 11 de setembro, ele tem que lidar com a xenofobia tanto da parte da polícia quanto dos detentos da prisão na ilha Rikers, para onde os acusados são transferidos enquanto esperam julgamento.

Peter Moffat, o criador das duas séries, é um craque em séries de advogados, como provam “Kavanagh QC”, “North Square” e “Silk”. Ele escreveu 3 dos dez episódios da adaptação indiana de Criminal Justice, que foi ao ar no início de 2019.

Maniac / Maniac 

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Célula Mater: Maniac

Tudo parecia bem na vida do adorável Espen, até o dia que ele tem um surto psicótico. Internado na ala psiquiátrica, ele vive quase o tempo todo mergulhado em suas fantasias – baseadas no que está passando na TV, nas pessoas a seu redor e em seu amigo imaginário Håkon -, onde é rico e poderoso. Curiosa para descobrir o que causou a dissociação de Espen do mundo real, Mina, a nova psicóloga do hospital, resolve dedicar atenção especial a ele. Durante as sessões com ela, Espen a imagina como uma femme fatale que faz de tudo para seduzi-lo. 

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Filhote: Maniac US

A refilmagem americana, produzida pela Netflix, deixou de lado a instituição de saúde mental e preferiu se desenvolve a partir de um teste de laboratório para uma droga miraculosa. Diferente do original, o personagem principal, Owen Milgrim, não está sozinho. Durante o teste, ele conhece Annie, que também vive uma vida longe de ser satisfatória. Juntos eles embarcam nas mais malucas fantasias. A personagem de Annie é um achado. Ela traz mais humanidade e leveza não só para o mundo de Owen, como para toda a série. 

A série original, criada pela dupla Hakon Bast Mossige e Espen Pa Lervaag, foi adaptada por Cary Joji Fukunaga (que tem no currículo “True Detective” e “O Alienista”), e Patrick Somerville (que produziu “The Leftovers” para a HBO). Uma das grandes sacadas do remake foi apostar na dupla Emma Stone e Jonah Hill, velhos conhecidos dos tempos de “Superbad”. 

Liar / Non Mentire / Mentiras

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Célula Mater: Liar

Laura Nielson (Joanne Froggatt de “Downton Abbey”), professora de uma de prestigiosa escola de ensino médio, acaba de separar. Por insistência da irmã, que trabalha como anestesista, ela aceita o convite para jantar de Andrew Earlham (Ioan Gruffudd de “O Quarteto Fantástico”), cirurgião viúvo e pai de um de seus alunos. De manhã, Laura acorda confusa, sem conseguir se lembrar da noite anterior. A única certeza que ela tem é que alguma coisa terrível aconteceu. Enquanto ela faz o exame de corpo de delito e acusa o médico de estupro, ele manda uma mensagem agradecendo pela noite incrível. Cada um conta sua versão da história para a polícia e a falta de evidências faz Andrew se livrar das acusações. Mas aos poucos fica claro que ele tem alguma coisa a esconder. Laura resolve investigar o passado do cirurgião e descobre a terrível verdade. 

Aparentemente os produtores consideram a bucólica região de Kent, um criadouro de malucos, maníacos e psicopatas. Se existe uma coisa que os irmãos Jack e Harry Williams sabem fazer é escrever thrillers psicológicos, como “The Missing”, “Baptiste” e “The Widow”. Liar tinha tudo para ser ótima, mas infelizmente não é. Tem muitos sub-plots, que acabam roubando a atenção da história principal. Mas o maior erro foi apostar em uma segunda temporada completamente desnecessária.

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Filhotes: Non Mentire / Mentiras

Lançada em 2019, Non Mentire conseguiu para a Mediaset os melhores índices de audiência e ótimas críticas. Dirigida por Gianluca Maria Tavarelli (“Il giovane Montalbano” e “Maltese – Il Romanzo del Commissario”), traz nos papéis principais Greta Scarano, da série “The Name of the Rose”, e Alessandro Preziosi, de “Medici: Mestres de Florença”.  O enredo é quase idêntico ao original, alterando apenas o local e ‘italianando’ o nome do médico para Andrea. Mas o mais preocupante é a filmagem, que replica quadros, planos e sequências no pior estilo “Psicose” de Gus Van Sant”, que pretendia ser uma homenagem, mas acabou sendo apenas bizarro. 

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Assim como a versão italiana, Mentiras é quase um copy & paste do argumento original. O local da ação mudou para Palma de Mallorca e o nome do protagonistas também: sai Andrew, entra Xavier Vera, interpretado por Javier Rey de “Hache” e “Fariña”. O responsável pela adaptação é Curro Novallas, conceituado roteirista que recentemente produziu para a Netflix o drama de mistério “Alto Mar”

 

Emmy 2020: Os esnobados

Hoje foram anunciados os indicados aos prêmios Emmy. A cerimônia ocorrerá – sabe-se lá como – no dia 20 de setembro. A Netflix recebeu 160 indicações, seguida pela HBO com 107. 

Enquanto o pessoal de “Watchmen”, série baseada nos quadrinhos de Alan Moore, comemora as 26 indicações, outros lamentam não terem sido lembrados. Como sentimos falta de alguns nomes, resolvemos fazer a lista daqueles que nos presentearam com atuações tão incríveis que mereciam um prêmio. 

Kaitlyn Dever & Merritt Wever – “Inacreditável”

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Inacreditável é Kaitlyn Dever não ter sido indicada! Sua interpretação de Marie Adler, a jovem estuprada que é desacreditada pela polícia, é impressionante. Basta dizer que sem ela não existiria série. Merritt Wever está excelente como a detetive que une forças com outra investigadora e juntas descobrem o culpado, provando que Marie estava falando a verdade. Toni Collette foi a única que se deu bem e faturou uma indicação como coadjuvante.

Rhea Seehorn & Bob Odenkirk – “Better Call Saul”

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A única explicação para ausência de Rhea Seehorn na lista de indicados é que os votantes não assistiram a nenhum episódio de “Better Call Saul“. Sua personagem, Kim Wexler, é simplesmente a melhor coisa da 5ª temporada. A química perfeita entre Seehorn e Odenkirk é coisa rara, o que torna ainda mais inexplicável nenhum dos dois estarem na lista. Pfff…

Claire Danes & Mandy Patinkin – “Homeland”

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Valeu a pena esperar mais de um ano pela última temporada de “Homeland”.  Claire Danes e Mandy Patinkin, pra variar, ofereceram atuações de primeira, o que torna ainda mais estranho não estarem na lista. Como desde a estréia, em 2011, a série nunca deixou de ser indicada, era de se esperar a saideira. Ledo engano! 

Chris Evans & Michelle Dockery – “Defending Jacob”

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A estreia de Chris Evans na TV era muito aguardada. E ele não decepcionou! No papel do pai desesperado que quer provar a inocência do filho, acusado de matar um colega de escola, Capitão América passou com louvor. Sua parceira, Michelle Dockery, é veterana em matéria de Emmys, colecionando quatro indicações: três por “Downton Abbey” e uma por “Godless”. Nada disso foi suficiente para garantir aos dois uma chance de disputar a cobiçada estatueta. 

Ben Mendelsohn & Cynthia Erivo – “The Outsider”

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Difícil aceitar que essa dupla não tenha sido lembrada. A adaptação da HBO do livro de Stephen King é uma das melhores coisas do ano. Suspense dos bons, “The Outsider” une tudo que os fãs do gênero adoram: mistério e sobrenatural. O australiano Mendelsohn, que já tinha mostrado o quanto é bom em “Bloodline”, está soberbo como o detetive Ralph Anderson. Já Cynthia Erivo, que concorreu ao Oscar deste ano por “Harriet”, é uma coadjuvante de luxo e parceira perfeita para Mendelsohn. Ela dá vida a Holly Gibney, a excêntrica investigadora que vai ajudar Anderson a solucionar o caso. 

Elle FanningNicholas Hoult – “The Great”

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Tudo bem, a gente sabe que a dupla de “The Great”, tão jovem e talentosa, terá muitas oportunidades de ganhar prêmios, mas eles estão tão divinamente divertidos, como Catarina, a Grande e seu marido, o czar Peter, que mereciam uma lembrança. Já que não rolou, a gente só pode repetir: Huzzah!

Viola Davis – “How to Get Away with Murder

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Ok, todo mundo sabia que já tinha passado da hora de “How to Get Away with Murder” acabar, mas Viola Davis nos fez amar Annalise Keating, com todas suas falhas e seus defeitos. É tanta maravilhosidade, que ela merecia a indicação só por existir. 

Sarah Paulson – “Mrs. America”

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Amamos Sarah Paulson. Simples assim. Nos últimos anos ela tem sido figurinha fácil no Emmy, por isso é tão chocante descobrir que ela está ausente da lista deste ano. A minissérie “Mrs. America” é recheada de grandes atrizes, começando por Cate Blanchett e passando pelas premiadíssimas Margo Martindale, Tracey Ullman e Uzo Aduba, mas é a Alice Macray de Paulson quem rouba a cena em várias oportunidades. Se você conseguir não se emocionar com ela no episódio “Houston”, parabéns, você é um doador vivo de coração. 

Daisy Edgar-Jones – “Normal People”

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Esse é um caso clássico de injustiça, porque Daisy Edgar-Jones é a melhor coisa de “Normal People”. Ela simplesmente eclipsa Paul Mescal em cada cena que dividem. Mais do que torcer para que o casal fique junto, todo mundo quer que Marianne seja feliz, porque ela é maravilhosa. O mais irônico é que ela foi esnobada, mas Mescal foi indicado. Pfff…

Russell Crowe, “The Loudest Voice”

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Russell Crowe dispensa apresentações, por isso é surpreendente não encontrar o nome dele nas indicações do Emmy. Na sua estreia na TV americana, na minissérie “The Loudest Voice”, Crowe emprestou todo seu talento para interpretar Roger Ailes, o poderoso chefão da FOX News acusado de assédio sexual, que lhe rendeu um Golden Globe no começo do ano. Não repetiu a dose. Uma pena.

Aaron Paul -“El Camino: Um Filme de Breaking Bad”, “Westworld” e “Truth to be Told”

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Aaron Paul esteve tão ocupado nos últimos tempos, que a galera do Emmy podia se dar ao luxo de escolher em que categoria ele seria indicado. Fosse trazendo de volta Jesse Pinkman, no  filme para TV “El Camino: Um Filme de Breaking Bad”, ou como o ‘humano’ Caleb em “Westworld”, ou quem sabe como Warren Cave, o protagonista condenado à morte desde os 16 anos de idade, na série Truth to be Told”, para qualquer um, o prêmio estaria bem entregue. Acabou ficando no ora veja.

Reese Witherspoon – “Big Little Lies”, “The Morning Show” e “Little Fires Everywhere”

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Mesmo caso de Aaron Paul, Reese Witherspoon acabou ficando sem nenhuma indicação. Se a segunda temporada de .“Big Little Lies” foi bem uma imensa decepção,  Reese está ótima em “The Morning Show”, como Bradley Jackson, a ambiciosa repórter que, por um golpe de sorte, vira âncora do programa matutino de grande audiência. Sempre procurando se distanciar das personagens cômicas que a deixaram famosa, tipo “Legalmente Loira”, em “Little Fires Everywhere”, ela interpreta a mãe controladora e perfeccionista. É verdade que ela já tem um Oscar, mas seria legal vê-la ganhando outro prêmio. Fica pra próxima. 

Larry David – “Curb Your Enthusiasm

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Larry David é maravilhoso e a gente tava com saudade. Depois de um hiato de três anos, com eleição de Trump e outros bichos, o mundo merecia uma nova temporada de “Curb Your Enthusiasm”, para voltar a achar graça nas coisas porque a vida está pra lá de chata. Mas nem essa alegria 2020 vai nos dar. 

Baby Yoda – “The Mandalorian”

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Se a gente precisa explicar…  

Guia (quase) definitivo de séries italianas sobre a Máfia

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Graças ao cinema e à literatura, a Máfia italiana exerce um imenso fascínio no imaginário coletivo. Todo ano surge um novo filme ou uma nova série sobre o assunto. Mas o conceito tem sido usado erroneamente. Existem vários clã mafiosos na Itália, e cada um ocupa um território específico na bota e tem regras e características próprias. Descomplicamos o assunto, assim fica mais fácil pra você encontrar a série que está procurando. 

Cosa Nostra 

A máfia siciliana é a mais famosa. O filme ‘O Poderoso Chefão’, glamourizou os hábitos e os códigos de honra da Cosa Nostra, fazendo com que ela ganhasse uma aura de estrutura super complexa e organizada. Ninguém sabe precisar com certeza quando a máfia siciliana surgiu, mas os primeiros relatos apareceram a partir de 1860. Formada nos feudos da Conca d’ Oro”, nos arredores de Palermo, começou com uma sociedade secreta cujos membros eram ‘homens honrados’, que buscavam defender suas famílias, seus territórios e seus interesses. Aos poucos foi ganhando contornos de crime organizado quando, além da família, passaram a agregar membros de confiança. Na Cosa Nostra, a estrutura tem formato de pirâmide, com ‘soldados’ na base, comandados por ‘gerentes’, que formam as colunas que sustentam a cúpula. No topo fica o chefão, il capo.  

Corleone

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A série conta a trajetória de Salvatore Riina, da infância miserável em Corleone, na Sicília, até se tornar o chefe da máfia. Totò era um marginal pé de chinelo, que foi conquistando espaço na ‘famiglia‘ traindo e matando os que estavam acima dele na hierarquia. Quando já tinha adquirido alguma notoriedade, passou a orquestrar ações mais violentas, encomendando os assassinatos de figuras públicas, como os juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. A prisão de Tommaso Buscetta marcou o começo do fim do reinado de Riina. Don Masino revelou ao juiz Falcone detalhes dos crimes cometidos pela Cosa Nostra. Apesar de ter ‘no bolso’ políticos e policiais, alguns meses depois, Totò Riina foi preso.   

Os assassinatos dos juízes Falcone e Borsellino, a mando de Totò Riina causaram imensa comoção em toda Itália. Por causa deles, a captura de Riina e o desmantelamento da Cosa Nostra se tornou uma questão de honra. Graças ao depoimento de Tommaso Buscetta, que colaborou com a justiça, a estrutura hierárquica da máfia siciliana, protegida por um código de silêncio, foi finalmente revelada. Don Masino foi extraditado para os Estados Unidos e entrou para o programa de proteção à testemunhas. Morreu em 2000, na Flórida. Durante o maxi-processo contra a máfia, Salvatore Riina foi sentenciado a 26 penas de prisão perpétua. Em 2017, aos 87 anos, na unidade carcerária do hospital de Parma.

A minissérie em 6 episódios é a adaptação do livro “Il capo dei capi. Vita e carriera criminale di Totò Riina”, de Giuseppe D’Avanzo  e Attilio Bolzoni, e conta o período da vida de Riina que vai de 1943 a 1993. Alguns críticos torceram o nariz para o fato do roteiro ter tomado certas liberdades com os fatos reais, o que valeu para a RAI um processo. Ela foi obrigada a indenizar a família de Bernardo Mattarella, pai do presidente italiano Sergio Mattarella, pela maneira como ele foi representado e por insinuações sobre sua ligação com mafiosos. Outra curiosidade envolvendo o presidente: seu irmão mais velho, Piersanti Mattarella, foi assassinado a mando de Totò Riina. 

Corleone (Itália – 2007)

Título Original: Il Capo dei Capi

6 episódios

Elenco: Claudio Gioè (“Os Cem Passos”), Daniele Liotti (“Doutor Jivago”), Marco Leonardi (“Cinema Paradiso”), Vincent Riotta (“Sob o Sol da Toscana”) e Francesco Scianna (Baaria – A Porta do Vento”). 

Trailer: aqui

Il Cacciatore

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Em 1993, o jovem e ambicioso promotor Saverio Barone é promovido a chefe da unidade de combate ao crime e passa a fazer parte do recém criado pool anti-máfia. Ao mesmo tempo, Luca Bagarella, braço direito e cunhado de Totò Riina, agora promovido a chefe da Cosa Nostra, continua tocando os negócios, apesar de ser procurado pela justiça.

A série começa exatamente onde ‘Corleone’ parou, mostrando que, apesar da prisão de Riina, os negócios da Máfia seguiram como antes. O roteiro é uma adaptação livre do romance autobiográfico “Cacciatore do Mafiosi”, de Alfonso Sabella, em quem o personagem principal é baseado. Sabella fez parte do grupo de magistrados que realizou o maxi processo de investigação que levou à captura e condenação dos principais membros da máfia siciliana. O livro continua inédito no Brasil.

Il Cacciatore (Itália – 2018)

Título Original: Il Cacciatore

3 temporadas – 28 episódios

Elenco: Francesco Montanari (“Medici: Mestres de Florença”) , Miriam Dalmazio (“Maravilhoso Boccaccio”), Edoardo Pesce (“Dogman”), David Coco (“L’uomo di Vetro”)

A série sumiu da Globoplay, mas o trailer você vê aqui

A Máfia só Mata no Verão

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Nos anos 70, a Cosa Nostra vive seu período mais violento, enchendo as manchetes dos jornais, quase que diariamente, de crimes brutais. O pequeno Salvatore Giammarresi, menino de 10 anos, é o narrador da história e conta de maneira divertida as vicissitudes de sua família. 

Uma das melhores séries sobre o assunto, “A Máfia só Mata no Verão” mostra com humor e graça os grandes acontecimentos ocorridos em Palermo, na Sicília, nos anos 70. Baseada no filme de mesmo nome, a série tem toques autobiográficos de seu criador, o apresentador de televisão Pierfrancesco Diliberto, mais conhecido pelo apelido ‘Pif’. 

A Máfia só Mata no Verão (Itália – 2016)

Título Original: La mafia uccide solo d’estate, la serie 

2 temporadas – 24 episódios

Elenco: Claudio Gioè (“Corleone”), Anna Foglietta (“Perfeitos Desconhecidos”), Francesco Scianna(“O Processo”), Vincent Riotta (“Sob o Sol da Toscana”) e Claudia Gusmano (“L’allieva”). 

Assista o trailer aqui

Camorra 

Diferente da Cosa Nostra, a Camorra surgiu na área urbana e periférica de Nápoles. Suas atividades principais são tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, falsificação, sequestros e jogos de azar. Alguns de seus negócios tem uma fachada “legítima” na área têxtil, da construção civil e no descarte de resíduos tóxicos. 

Seus clãs são autônomos e mulheres e crianças desempenham um papel importante na organização. O escritor Roberto Saviano, em seu livro-reportagem “Gomorra”, desnudou a máfia napolitana, mostrando como funcionam suas operações nos bairros pobres de Scampia e Secondigliano. Desde a publicação do livro, Saviano é jurado de morte e vive sob constante proteção. 

Gomorra

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No bairro de Secondigliano, periferia de Nápoles, quem manda é Don Pietro Savastano. Poderoso e respeitado, é ele quem domina o tráfico de drogas e todas as principais atividades do submundo. Sua única preocupação é com o futuro de seu império, já que seu filho Gennaro não leva muito jeito para os negócios. Cabe a Ciro Di Marzio, braço direito e homem da máxima confiança de Don Pietro, a ingrata tarefa de preparar ‘Genny’ para assumir seu papel na família.

Ciro Di Marzio, o personagem principal, é baseado em Gennaro “Genny” Marino do clã Scissionisti di Secondigliano. Ciro, que foi a única pessoa salva com vida do desabamento de um edifício, durante o terremoto de Irpinia, em 1980, é chamado de “Imortal”. Ele é tudo que Don Pietro gostaria que seu filho Gennaro fosse. No final da primeira temporada, o personagem de Genny sofre uma transformação digna de Leonard “Pyle” Lawrence, soldado interpretado por Vincent D’Onofrio, no filme de Stanley Kubric, “Nascido para Matar”.

“Gomorra” é uma adaptação vagamente inspirada no livro-reportagem de Roberto Saviano. Alguns elementos do livro estão presentes, mas a série se aprofunda na hierarquia e distribuição dos vários clãs camorristas da cidade de Nápoles. 

Gomorra (Itália – 2014)

Título Original: Gomorra, La Serie

5 temporadas – 58 episódios 

Elenco:  Marco D´Amore (“Uma Vida Tranquila”), Salvatore Esposito (“Fargo”), Fortunato Cerlino (“Inferno”), Maria Pia Calzone (“Equilibrium”) e Marco Palvetti (“Medici: Mestres de Florença”)

A série completa faz parte do catálogo da HBO Max. O trailer está disponível aqui. 

La Banda della Magliana 

A Banda della Magliana é como foi apelidada a organização que surgiu em Roma, no final dos anos 70. Formada por jovens delinquentes do bairro da Magliana, periferia sudoeste de Roma, em pouco tempo, dominaram o submundo da capital. Em associação com a Camorra, passaram a controlar o tráfico de drogas, a prostituição, as apostas em corridas de cavalos e muitas outras atividades. O grupo também está ligado aos sequestros e assassinatos, ocorridos em Roma durante os 20 anos que esteve em atividade. 

 

Ligações Criminosas

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No fim dos anos 70, Freddo, Libanês e Dandi formam um grupo que vai chacoalhar as estruturas da velha Roma. Depois da conclusão desastrosa do sequestro do Barão Rosellini, eles chegam a um caminho sem volta. Em parceria com a Camorra, passam a controlar do tráfico de drogas e outras atividades criminosas. A violência do bando atrai a atenção do comissário Scialoja, que inicia uma verdadeira cruzada pessoal para levar todos à prisão. Mas esse só o começo de uma história cheia de traição e paixões sem controle. 

Lançado em 2002, o livro ‘Ligações Criminosas’, escrito pelo ex-juiz Giancarlo De Cataldo venceu o prêmio Scerbanenco. Nascido em Taranto, em 1974, De Cataldo mudou-se para Roma para cursar a faculdade de Direito. Atuando como juiz, acompanhou de perto os acontecimentos da capital que envolveram os membros da Banda della Magliana e inspiraram os personagens de seus livros.

Ligações Criminosas (Itália – 2015)

Título Original: Romanzo Criminale, La Serie

2 temporadas – 23 episódios

Elenco: Vinicio Marchioni (“Terceira Pessoa”), Francesco Montanari (Il Cacciatore”), Alessandro Roja (“La Figa”), Marco Bocci (“Infiltrado na Máfia”), Marco Giallini (“Perfeitos Desconhecidos”), Antonio Gerardi (“A Garota na Névoa”)

Trailer: aqui

Il Clan dei Casalesi

Organização mafiosa que surgiu na metade do século XX, em di San Cipriano d’Aversa, na região da Campânia. Apesar de ter sua base na província de Caserta, as atividades do grupo estenderam-se para as regiões do Vêneto e da Emilia-Romagna. Nos anos 2000, o comando do clã passou a ser dividido por dois chefes, Antonio Iovineo, que cuidava dos negócios no norte da Itália e no leste europeu, e Michele Zagaria, que tomava conta das operações em Roma. Condenados à prisão perpétua, ficaram foragidos por mais de 15 anos. Com a prisão de Iovineo, em 2010, o comando passou para Zagaria. Mas seu reinado durou pouco. Em 2011, durante uma mega operação policial, ele e mais 40 membros do clã foram presos. 

O Cerco

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Michele Romano é o chefe do esquadrão Anti-Máfia de Nápoles e sua missão é capturar  Antonio Iovine, mafioso condenado, que está foragido há 14 anos. Procurado em toda Itália, Ninno Iovine comanda as operações do grupo de um esconderijo em Casal di Principe.

Minissérie inspirada em eventos reais, que ocorreram no começo da década e levaram à prisão de um dos chefões do clã mafioso dos Casalesi

O Cerco (Itália – 2015)

Título Original: Sotto Copertura  

Elenco: Claudio Gioè (“A Máfia Só Mata no Verão”), Guido Caprino (“Medici: Mestres de Florença”), Antonio Folletto (“Gomorra, la serie”), Simone Montedoro (“O Comissário Montalbano”) e Antonio Gerardi (“A Porta Vermelha”) 

Sotto copertura: La cattura di Zagaria

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Depois da bem sucedida captura de Antonio Iovine, o esquadrão Anti-Máfia vai atrás do homem mais procurado da Itália: Michele Zagaria. O chefe do clã camorrista de Caserta continua à frente dos negócios do império criminoso, comandando todas as atividades de seu bunker em Casapesenna.

O personagem Michele Romano é inspirado em Vittorio Pisani, comissário chefe do esquadrão que prendeu os dois chefões do Clã dos Casalesi.

Sotto copertura: La cattura di Zagaria (Itália – 2017) 

Título Original: Sotto copertura: La cattura di Zagaria  

Elenco: Claudio Gioè (“A Máfia Só Mata no Verão”), Alessandro Preziosi (“O Primeiro que Disse”) Matteo Martari (“Non Uccidere”), Erasmo Genzini “L’isola di Pietro”) Antonio Folletto (“Gomorra, la serie”), Simone Montedoro (“O Comissário Montalbano”) e Antonio Gerardi (“A Porta Vermelha”) 

Quer ver o trailer? Clica aqui!

Il Clan dei Camorristi

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Durante o terremoto de Irpina, em novembro de 1980, Raffaele Cutolo, o chefão da Camorra, resolve promover um acerto de contas e matar todos os desafetos. Francesco Russo, um ladrão pé de chinelo, Antonio Ruggero, braço direito do capo do Clan dei Casalesi, Antonio Vescia. Um ano depois, o juíz Andrea Sposito volta à Castello d’Aversa, sua cidade natal, onde Russo é agora um mafioso em ascensão. 

Os personagens são baseados em pessoas reais e a fictícia cidade de Castello d’Aversa é, na verdade, San Cipriano d’Aversa, sede do clã dos Casalesi. 

Il Clan dei Camorristi (Itália – 2013)

Título Original: Il clan dei camorristi  

1ª temporada – 8 episódios

Elenco: Stefano Accorsi (“A Culpa é do Fidel” e “O Árbitro”), Giuseppe Zeno (“Família Soprano”), Massimo Popolizio (“A Grande Beleza”), Massimiliano Gallo (“O Primeiro que Disse”)

Trailer: aqui

‘Ndrangheta 

Considerada uma das mais violentas organizações criminosas em atividade, a ‘Ndrangheta (corruptela de “andragathia“, que em grego significa coragem e lealdade), máfia calabresa, se baseia em laços de sangue e tem uma estrutura menos hierárquica, embora mais fechada que suas rivais na Sicília e em Nápoles. Seus comandantes costumam ser jovens e não se incomodam de fazer negócios com grupos internacionais, como os cartéis colombiano e mexicano. Graças à isso, ‘Ndrangheta controla a maior parte do tráfico de droga na Europa. 

Apesar de seus domínios estarem concentrados na parte mais pobre da Itália, a organização criminosa é atualmente a mais influente no território italiano.  

Infiltrado na Máfia

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Depois de anos trabalhando como infiltrado, o agente Marco ‘Solo’ Pagani recebe a missão de colaborar com uma investigação da Interpol. Para isso ele tem que ganhar a confiança da família que domina a ‘Ndrangheta. Em uma transação com um traficante de armas ucraniano que dá errado, Marco salva a vida do filho de Antonio Corona, chefão da máfia calabresa.

O trunfo da série é falar sobre ‘Ndrangheta, organização mafiosa mais poderosa na Itália, sobre a qual se tem pouca informação, e seu código de silêncio, a omertà. A direção fica a cargo de Michele Alhaique, que recebeu muitos elogios pelo seu filme de estreia “Senza Nessuna Pietà”, de 2014.

Infiltrado na Máfia (Itália – 2016)

Título Original: Solo   

2 temporadas – 8 episódios

Elenco: Marco Bocci (“Ligações Criminosas”), Renato Carpentieri (“A Ternura”), Peppino Mazzotta (“Almas Negras”), Vincent Riotta (“Sob o Sol da Toscana”) 

As duas temporadas estão disponíveis na Prime Video. O trailer está aqui

Trust

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No verão de 1973, o neto de Jean Paul Getty, na época o homem mais rico do mundo, é sequestrado. Recusando-se a pagar o resgate, J. Paul manda um homem de sua confiança a Roma para investigar a vida e os amigos do neto. Enquanto isso, os sequestradores, que estão escondidos em uma caverna nas montanhas da Calábria, se cansaram de esperar pelo dinheiro e resolvem provar que não estão para brincadeira. 

A história do sequestro de John Paul Getty III rendeu também um filme, “Todo o Dinheiro do Mundo”, com Kevin Spacey no papel principal. A curiosidade é que o filme teve que ser refeito às pressas, com Christopher Plummer como protagonista, depois que surgiram as denúncias de assédio sexual contra Spacey. A série é dirigida por Danny Boyle, ganhador do Oscar por “Quem Quer Ser Milionário”. O roteirista Simon Beaufoy não deixou de fora da história um dos maiores mitos sobre a ‘Ndrangheta: ela teria usado parte do dinheiro do resgate para construir o porto de Gioia Tauro, o maior da Itália, que permitiu que a organização mafiosa se espalhasse por todo o mundo. 

Trust (Estados Unidos & Reino Unido – 2018)

Título Original: Trust  

1ª temporada – 10 episódios

Elenco: Donald Sutherland (“Inverno de Sangue em Veneza” e “M.A.S.H.”), Hilary Swank (“Meninos não Choram” e “Menina de Ouro”), Luca Marinelli (“Uma Questão Pessoal” e “Não Seja Mau”),  Brendan Fraser (“A Múmia” e “Crash: No Limite”) e Harris Dickinson (“Ratos de Praia”)

As minissérie faz parte do catálogo da Star+. O trailer está aqui

Mafia Capitale

Em 2012, um artigo na revista L’Espresso denunciou a presença de uma organização criminosa, que dividiu Roma em várias regiões. Meses depois, chegaram ao promotor provas, que confirmavam que uma organização mafiosa estava realmente agindo em Roma e região. Mantendo negócios ilícitos e outros legais, o grupo estava fortemente ligado a empresários, políticos, policiais, membros do clero e funcionários da municipalidade para conseguir o controle das atividades econômicas e vencer concorrências públicas. Foram identificados como líderes o presidente da cooperativa “29 de junho”, Salvatore Buzzi, e o ex-terrorista de direita Massimo Carminati, considerado o chefe. A mídia batizou o grupo com a alcunha de “Mafia Capitale”, mas em junho deste ano, a “Corte di Cassazione” declarou que a associação criminosa não pode ser denominada máfia, e sim delinquentes envolvidos com corrupção. Não é Máfia, mas tem cara de Máfia, tem cheiro de Máfia, então decida você…

Suburra: Sangue em Roma

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Aureliano Adami é o filho irresponsável e violento do chefe que controla o tráfico de droga no litoral romano da Ostia. Ignorando a tradição de passar os negócios para o filho homem, o pai transforma a filha Lívia em sua sucessora. A situação de Spadino Anacleti não é muito diferente. Seu irmão, chefe do bando de ciganos, busca respeito e reconhecimento no submundo da capital e precisa fazer alianças. Para isso, arranja o casamento entre o caçula e a filha do chefe rom. Só tem um pequeno problema, Spadino é homossexual e não está interessado nos negócios da família. O terceiro elemento desta estranha mistura é Lele, o protótipo do bom rapaz, filho de um policial, estudante universitário com um futuro promissor pela frente. Só que as coisas são muito diferentes na realidade, Lele organiza orgias, regadas a drogas e garotas de programa para políticos e pessoas influentes. E é exatamente em uma dessas festas que a vida dos três se cruza. 

Suburra, a primeira série italiana produzida para a Netflix, é um ‘prequel‘ do filme homônimo de Stefano Sollima, baseado no romance escrito a quatro mãos de Giancarlo De Cataldo e Carlo Bonini. A primeira temporada traz nomes de peso na direção, como Michele Placido, Andrea Molaioli e Giuseppe Capotondi.  

Suburra: Sangue em Roma (Itália – 2017)

Título Original: Suburra, la série  

2 temporadas – 18 episódios

Elenco: Alessandro Borghi (“Na Própria Pele: o Caso Stefano Cucchi” e “Devils”), Giacomo Ferrara (“Guarda in Alto”), Filippo Nigro (“A.C.A.B. – All Cops Are Bastards”), Claudia Gerini (“A Paixão de Cristo”), Pietro Ragusa (“A Vida Marinha com Steve Zissou “), Eduardo Valdarnini (“Pasolini”)

As três temporadas de “Suburra: Sangue em Roma” estão no catálogo da Netflix. O trailer você confere aqui

Sacra Corona Unita

Considerado o menor grupo mafioso da Itália, a Sacra Corona Unita, tem sua sede na Puglia. Pela proximidade com os Bálcãs, suas atividades principais são o tráfico humano, de armas e de drogas, além de todo tipo de contrabando. 

A ligação com grupos criminosos do leste europeu colocou a Sacra Corona na mira da Interpol e do FBI. 

Racket 

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Guido Gerosa é um um ex-policial que à procura de uma vida mais tranquila, muda-se com a família para Biella, cidade do norte. A chegada de Vincenzo Grumo, chefão da máfia pugliese, que pretende controlar a região, causa grandes transtornos. Guido se vê forçado a liderar a revolta dos comerciantes locais, obrigados a pagar uma taxa para continuarem funcionando. A retaliação do boss mafioso provoca uma tragédia na família de Gerosa. 

O personagem principal é baseado em Tano Grasso, ex-comerciante que fundou a primeira associação anti-usura e anti-extorsão, nos anos 90. 

Racket (Itália – 1996)

Título Original: Racket, Il cittadino si ribella  

1 temporada – 6 episódios

Elenco: Michele Placido (“O Crocodilo” e “As Idades do Amor”), Fiorenza Marchegiani (“Elisa di Rivombrosa“), Massimo Bonetti (“Noites Com Sol”) Giusi Cataldo (“As Idades do Amor”)

O trailer está aqui

5 séries para aliviar momentos sombrios

A última coisa que alguém precisa, no meio de uma pandemia, é uma série densa, pesada, tão complicada que é preciso um organograma para entender (Hello ‘Dark’, my old friend!). Para ajudá-lo a passar por esse momento, segue uma lista de 5 séries que valem cada minuto do seu precioso tempo. Pode agradecer mais tarde! 

State of the Union

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O casamento de Louise e Tom está em crise. Para resolver os problemas conjugais, eles decidem começar sessões de terapia de casal. Todas as semanas, minutos antes da consulta, eles se encontram em um pub e decidem os temas que serão abordados.

A parceria entre BBC e Sundance TV, deu origem à essa deliciosa série com episódios de apenas 10 minutos. A escolha do elenco não poderia ser mais inspirada, porque Rosamund Pike e Chris O’Dowd estão perfeitos. O roteiro é de Nick Hornby e a direção é do premiado diretor Stephen Frears. Uma curiosidade: a maior parte das cenas é filmada no pub ‘Thatched House’, no bairro de Hammersmith, em Londres.

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State of the Union (Reino Unido – 2019)

Título Original: State of the Union

10 episódios

Elenco: Rosamund Pike (“Orgulho e Preconceito” e “Garota Exemplar”) e Chris O’Dowd (“The IT Crowd” e “Missão Madrinha de Casamento”)

Trailer: aqui

 

Love Life

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Darby nunca viveu um grande amor e agora, aos 20 e poucos anos, está começando a achar que essa história de romance não é pra ela. Até o dia que ela finalmente se apaixona. Na primeira temporada de “Love Life” vamos acompanhar as alegrias e as dores, do primeiro até o último amor.

A atriz Anna Kendrick produz e estrela essa antologia romântica, a primeira da HBO Max, parceria entre a HBO e a Warner, que pretende contar uma história completa a cada temporada.

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Love Life (EUA – 2020)

Título Original: Love Life

10 episódios

Elenco: Anna Kendrick (“Amor Sem Escalas”), Scoot McNairy (“Argo”), Zoe Chao (“Cadê Você, Bernadette?”), Peter Vack (“Homeland”), Hope Davis (“The Newsroom”)

Trailer: aqui

 

The Great

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A jovem Catherine chega à Rússia para casar com o czar Pedro, que ela ainda não conhece. O que ela imaginou como um conto de fadas, nada mais é que um pesadelo. O czar é um menino mimado, beberrão que adora uma farra. Depois de tentar se enquadrar no mundo dele, sem sucesso, Catherine decide que a única solução é derrubar o marido do trono e ficar em seu lugar. Para isso, ela precisa de aliados.

Desde a abertura, o espectador é avisado que se trata de uma adaptação ‘ligeiramente’ livre da história da mulher que mudou a Rússia. Com um elenco jovem e um roteiro divertido, ‘The Great’ tem muitas semelhanças com ‘Maria Antonieta’, de Sofia Coppola. Elle Fanning mostra, mais uma vez, que é uma das melhores atrizes de sua geração. Quem procura fatos históricos pode não gostar, mas quem quer diversão, vai adorar,

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The Great (Reino Unido – 2020)

Título Original: The Great

10 episódios

Elenco: Elle Fanning (“Malévola”), Nicholas Hoult (“Skins”) Phoebe Fox (“Black Mirror”), Adam Godley (“The Umbrella Academy”), Douglas Hodge (“The Night Manager”)

Trailer: aqui

 

High Fidelity

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Rob Brooks é a dona da loja de discos Championship Vinyl, que está tentando esquecer o doloroso fim de seu relacionamento com Mac, com a ajuda de seus fiéis escudeiros – na vida e no trabalho – Simon e Charise. Entre uma roubada e outra, Rob faz listas ‘Top 5’, ela cria playlists e discute sobre cultura pop.

A adaptação para TV do romance de Nick Hornby ganhou uma protagonista mulher, na pele de Zoë Kravitz, e uma modernizada, com a inclusão das mídias sociais e apps, sem perder o que tem de melhor: a paixão pela música. Debbie Harry, Parker Posey e Jack Antonoff fazem participações especiais e até “Os Mutantes” ganham uma menção especial!

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High Fidelity (EUA – 2020)

Título Original: High Fidelity

10 episódios

Elenco: Zoë Kravitz (“X-Men: Primeira Classe” e “Big Little Lies”) , Da’Vine Joy Randolph (“Meu Nome é Dolemite”), David H. Holmes (“Mindhunter”), Kingsley Ben-Adir (“The OA”) e Jake Lacy (“Girls”)

Trailer: aqui

 

Run

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A vida de Ruby Richardson não é exatamente o que ela havia planejado. Dona de casa, mãe de dois filhos e com um casamento pra lá de morno, Ruby está morta de tédio. Até o dia que recebe uma mensagem de texto com apenas uma palavra: Corra! O remetente é Billy Johnson, o ex-namorado que agora é palestrante motivacional.

A fuga faz parte de um pacto que eles fizeram, 15 anos antes, na faculdade. Os dois abandonam tudo e embarcam num trem que vai cruzar a América durante uma semana, período em que deverão decidir se vão ou não ficar juntos. Mas, é claro, que a viagem é cheia de imprevistos, confusões e mal-entendidos!

A série é uma criação da dupla mais quente do momento, Vicky Jones e Phoebe Waller-Bridge, responsáveis pela premiadíssima “Fleabag”. A escolha do elenco não poderia ser mais inspirada: Merritt Wever (a detetive de “Inacreditável”) e Domhnall Gleeson (o protagonista de “Questão de Tempo”), tem uma química tão incrível que é impossível não torcer por um final feliz.

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Run (EUA – 2020)

Título Original: Run

7 episódios

Elenco: Merritt Wever (“Inacreditável”), Domhnall Gleeson (“Questão de Tempo”), Archie Panjabi (“The Good Wife”), Rich Sommer (“Mad Men”) e Phoebe Waller-Bridge (“FLeabag”).

Trailer: aqui

(Exibida na HBO)

 

 

 

As 8 séries finlandesas que você precisa assistir

Talvez você ainda não saiba, mas a Finlândia produz ótimas séries, A especialidade, é claro, são seriados de investigação criminal. No entanto, existem ótimas opções séries de ficção e até comédias românticas!

Confira a lista do que encontramos de melhor:

Invisible Heroes

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Em 1973, Tapani Brotherus e Ilkka Jaamala, jovens diplomatas finlandeses, são enviados ao Chile. Pouco depois de chegarem ao país, acontece o golpe militar, liderado por Augusto Pinochet. Ajudados por Lysa, a esposa de Tapani, elaboram um plano que ajuda a salvar mais de 2000 pessoas perseguidas pela junta militar.

A minissérie em 6 partes, co-produção finlandesa e chilena, é uma adaptação livre do livro “Death List”, do escritor Heikki Hiilamo.

Invisible Heroes (Finlândia / Chile – 2019)
Título Original: Invisible Heroes
6 episódios

Elenco: Pelle Heikkilä (“Midnight Sun”), Ilkka Villi (O Ciúme Mora ao Lado”), Mikael Persbrandt (“Em Um Mundo Melhor” e “Sex Education”), Sönke Möhring (“Bastardos Inglórios” e “O Impossível”), Néstor Igor Cantillana (“No” e “Profugos”) e Eusebio Arenas (“Canibais”).

Trailer: aqui

 

Arctic Circle

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Na cidade de Ivalo, na Lapônia, a polícia encontra, em uma cabana, uma mulher em péssimas condições. O que parecia ser um caso de tráfico de mulheres, acaba se tornando ainda mais complicado quando exames mostram que ela foi infectada com um vírus mortal. Um virólogo alemão é convocado para ajudar na investigação, quando mais dois corpos são encontrado com o mesmo vírus.

Estrelada por atores finlandeses e alemães, a série é uma co-produção da Yellow Film & TV e da Bavaria Film.

Arctic Circle (Finlândia / Alemanha – 2018)
Título Original: Ivalo
10 episódios

Elenco: Iina Kuustonen (“Parittomat”), Maximilian Brückner (“Uma Mulher Contra Hitler” e “Cavalo de Guerra”), Pihla Viitala (“João e Maria: Caçadores de Bruxas” e “Deadwind”), Clemens Schick (“007: Cassino Royale” e “Alguma Coisa Assim”) e Jari Virman (“Noite Decisiva”).

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Deadwind

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Na volta ao trabalho, depois de um período de licença após a morte acidental de seu marido, a investigadora criminal Sofia Karppi encontra tudo mudado. Sua antiga equipe foi desfeita e ela agora tem um novo parceiro, Sakari Nurmen, jovem inexperiente e excêntrico transferido da divisão de crimes financeiros. O primeiro caso dos dois parece um rotineiro caso de desaparecimento, quando roupas de mulher são encontradas ordenadamente empilhadas em uma praia. Com o aparecimento do corpo, Karppi e seu parceiro se veem envolvidos em um misterioso caso de assassinato.

A primeira temporada foi tão bem sucedida, que a série foi adquirida pela Netflix e recebeu distribuição mundial. Em 2018, a atriz principal, Pihla Viitala, foi eleita melhor atriz pelo “Kultainen Venla”, premiação mais importante da televisão finlandesa.

Na segunda temporada, com lançamento previsto para julho de 2020, Karppi e Nurmi investigam os assassinatos de dois corpos, encontrados nas extremidades opostas do túnel que separa Helsinque e Tallinn. Inicialmente os assassinatos parecem estar ligados ao submundo das drogas, mas a situação se complica quando é revelado o envolvimento da prefeita de Helsinque, Sara Tulisuo, acusada de corrupção na construção do túnel.

Deadwind (Finlândia – 2018)
Título Original: Karppi
2 temporadas – 20 episódios
Elenco: Pihla Viitala (“João e Maria: Caçadores de Bruxas” e “Arctic Circle”), Lauri Tilkanen (“Amor e Fúria” e “Tom of Finland”), Jani Volanen (“Trabalho de Homem” e “Rir ou Morrer”), Mikko Nousiainen (“Sibelius” e “5 Dias de Guerra”), August Wittgenstein (“The Crown” e “Das Boot”) e Leena Pöysti (“Man in Room 301”).

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Ratamo

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Arto Rapamo, agente de segurança do serviço secreto, é chamado para colaborar com Elina Linden, a comissária de polícia, quando o motorista do primeiro ministro é assassinado. Quanto mais a investigação avança, Rapamo e Linden se vêem diante de uma trama de chantagem e vazamentos de documentos de segurança máxima, que envolve o primeiro ministro e um oligarca russo.

Baseada no romance de Taavi Soininvaara, “The Russian Guest”, publicado em 2016, a série é dirigida por Veikko Aaltonen, premiado realizador finlandês.

Ratamo (Finlândia – 2018)
Título Original: Ratamo
10 episódios
Elenco: Samuel Vauramo (“Um Homem Misterioso” e “Uma Cidade sem Lei”), Saara Kotkaniemi (“Bordertown”), Alina Tomnikov (“Deadwind”) e Lasse Lindberg (“O Soldado Desconhecido”)

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All the Sins

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Os investigadores Sanna Tervo e Lauri Räihä são enviados para a zona rural, quando dois homens são encontrados assassinados. Enquanto segue o rastro do serial killer, o detetive Räihäa é forçado a voltar à comunidade religiosa onde foi criado e confrontar pecados do passado.

O drama policial é uma colaboração entre o diretor Mika Ronkainen e a jornalista Merja Aakko, que assina o roteiro premiado no Festival de Cinema de Gotemburgo. A segunda temporada da série está em produção.

All the Sins (Finlândia – 2019)
Título Original: Kaikki synnit
6 episódios
Elenco: Johannes Holopainen (“Heavy Trip”), Maria Sid (“A Noiva do Diabo”) e Matti Ristinen (“O Exorcista: O Início”)

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Bordertown

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Quando o câncer de sua mulher entra em remissão, o detetive inspetor Kari Sorjonen resolve mudar de Helsinki para Lappeenranta, cidade tranquila próxima da fronteira com a Rússia. Ele aceita chefiar a unidade de crimes graves e usa técnicas pouco ortodoxas, como o método de loci, para solucionar os casos.

As histórias são apresentadas em dois episódios, e a cada temporada cinco casos são solucionados. Em 2016, no Kultainen Venla, a premiação mais importante da TV finlandesa, foi eleita melhor série dramática, ficando também com os prêmios de melhor ator e melhor atriz. Um filme baseado na série está em fase de pré-produção.

Bordertown (Finlândia – 2016)
Título Original: Sorjonen
3 temporadas – 31 episódios
Elenco: Ville Virtanen (“O Outro Lado da Esperança” e “A Jovem Rainha”), Anu Sinisalo (Arctic Circle”), Matleena Kuusniemi (“Sob Águas Negras”), Ilkka Villi (“Bright Falls”)

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Idiomatic

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Aino é da Lapônia, Micke é sueco e finlandês. Eles são um casal moderno, urbano e ecológico que, de repente, tem procurar um novo lar. A solução é morar no apartamento da família de Micke que, para a tristeza de Aino, são seus vizinhos. Como se não bastasse, Petski, o melhor amigo de Micke, também mora no prédio. A princípio, uma pequena mudança de vida, começará causar grandes conflitos de culturas e de costumes que testarão o amor e a estabilidade do casal. Com tanta gente entrando e saindo, será que sobra espaço para o amor?

Esta divertida comédia romântica tem roteiro de Kristofer Gummerus, de “Os Piratas do Rock”. Na segunda temporada, Aino e Micke começam a pensar em começar uma família.

Idiomatic (Finlândia – 2018)
Título Original: Jättekiva
2 temporadas – 19 episódios
Elenco: Anna Paavilainen (“M/S Romantic”) e Elmer Bäck (“Que Viva Eisenstein! – 10 Dias que Abalaram o México”).

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Bullets

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Com sua nova identidade, mesmo depois de ter passado por uma experiência traumática, Mari Saari aceita uma nova missão: infiltrar-se no centro de refugiados para ganhar a confiança de uma suspeita. Atuando como assistente social, ela se envolve com uma misteriosa mulher, que pediu asilo político e parece ter fortes conexões com extremistas.

Criada por Antii Pesonen, o mesmo roteirista de “Bordertown”, a série recebeu duas indicações para o Kultainen Venla, Oscar da televisão finlandesa, como melhor drama e melhor atriz, em 2019. Um rosto conhecido é o de Sibel Kekilli, atriz alemã de ascendência turca, que interpretou a personagem Shae em “Game of Thrones”.

Bullets (Finlândia – 2019)
Título Original: Bullets
10 episódios
Elenco: Krista Kosonen (“Blade Runner 2049”), Sibel Kekilli (“Game of Thrones”), Tommi Korpela (“Deadwind”), e Jani Volanen (“Trabalho de Homem”)

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A realeza sangue verde da Escócia

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Andy Murray não pode reclamar de 2016. Nos primeiros 6 meses do ano, colecionou vitórias em todos os setores: tornou-se pai, o primeiro escocês a conquistar duas vezes Wimbledon e viu o Hibernian ganhar a Copa da Escócia depois de 114 anos. O amor pelo Hibs é hereditário e por pouco Murray não se tornou craque em outro tipo de gramado.

Herança de família

Andy Murray, recém coroado rei de Wimbledon, está acostumado a vencer e quebrar recordes. Com lugar garantido entre os quatro maiores tenistas do mundo, tem 40 títulos de torneios da ATP, venceu duas vezes o torneio mais importante do planeta, ganhou uma medalha de ouro na Olimpíada de Londres e entrou para história como o único britânico a vencer um  Grand Slam na Era dos abertos. Junto com o irmão Jamie venceu a Copa Davis, torneio que os britânicos não venciam há 79 anos. Além dos genes dos rebeldes ancestrais, o sangue verde, herdado do avô, quase roubou das quadras o maior campeão britânico.

Robert Roy Erskine tinha duas paixões: o tênis e o futebol. Depois de cumprir o serviço militar – para quem não sabe, os escoceses servem na guarda da rainha usando aquele glorioso chapéu de pele de urso – Roy foi convidado para treinar no júnior do Hibs. “Hibernian era o melhor time da Escócia naquela época”, relembra o ex-zagueiro, hoje com 84 anos.

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Nas três temporadas vestindo a camisa verde, ele teve poucas chances no time principal dirigido por Hugh Shaw. Erskine tem orgulho de lembrar que jogou a final do torneio East of Scotland Shield com os “Famosos Cinco“. Segundo ele, o resto do time também era bom. Ele destaca Jim McCracken, Jim Souness e um ponta chamado Crawford. Erskine é humilde ao admitir que não teria lugar naquele time: “Era um grande time e eu não era bom o suficiente”. A curta carreira, iniciada em Easter Road, continuou no Stirling Albion e no Cowdenbeath. Foram 46 partidas´pela Liga Escocesa e o gol de empate na partida com o Hearts pela Copa da Escócia. Um belo gol contra!

Roy Erskine é o avô materno de ninguém menos que Andy Murray. As histórias dos tempos que jogava com grandes craques fizeram o pequeno Andrew se apaixonar não só pelo futebol, mas pelo Hibernian. Um dos grandes prazeres de Roy era levar os netos, Jamie e Andrew, para assistir as partidas dos juvenis do Hibs, nas manhãs de sábado em Leith. Outro programa familiar imperdível era o “Hibs Kids Open Days”, no fim da temporada, quando os pequenos torcedores tinham a chance de conhecer seus ídolos. O jogador favorito de Andy era Keith Wright e uma de suas melhores lembranças é a foto que tirou junto com ele, quando tinha apenas 6 anos. Hoje, os papeis se inverteram e agora Wright é o fã declarado de Murray: “Entre tantas crianças que queriam tirar foto comigo, fui logo escolher um futuro campeão. E, nessa época, eu era a pessoa mais famosa na fotografia!”

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Aos 11 anos, Andy passava todo o tempo livre jogando por dois times. Os treinadores do Gairloch United Boys Club diziam que ele era um talento e podia jogar tanto no meio campo quanto no ataque. Dois anos mais tarde, recebeu um convite para treinar na escolinha do Rangers. Convite recusado, é claro. Um problema no joelho, posteriormente diagnosticado como patela bipartida, e o amor crescente pelo tênis puseram fim na sua carreira no futebol. Mas seus dias nos campos deixaram uma incomoda lembrança, a contusão crônica no tornozelo esquerdo, que o obriga a jogar com uma proteção.

Na história de Dunblane nos bons e nos maus momentos

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Não foi o tênis quem primeiro colocou Murray nas manchetes dos jornais escoceses. Ele estudava na Dunblane Primary School e, em 1996, a escola foi palco do que até hoje é considerado o maior ataque contra crianças da história do Reino Unido. No dia 13 de março, o ex-chefe dos escoteiros, Thomas Hamilton, a quem a mãe de Andy costumava dar carona, entrou no ginásio da escola e disparou 109 vezes, matando 16 crianças e uma professora. O atirador se suicidou em seguida.

O massacre de Dunblane deixou marcas profundas em Andy Murray. Este ano, quando a tragédia completou 20 anos, ele quebrou o silêncio e falou sobre o assunto: “Esta é talvez uma das razões porque eu nunca penso nisso. É muito desconfortável pensar que ele era uma pessoa que eu conhecia, alguém com quem eu convivia nos escoteiros. Descobrir que ele era um assassino foi uma coisa com a qual eu não consegui lidar. Alguns dos irmãos e irmãs dos meus amigos morreram. Eu só tenho flashes daquele dia. Lembro das músicas que cantamos na classe”. Andy, de 8 anos, e seu irmão Jamie, dois anos mais velho, estavam a caminho do ginásio quando os disparos começaram e só se salvaram porque ficaram escondidos debaixo de uma mesa.

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A grama é verde e Murray também

Não foram poucas as chances que Andy Murray teve de virar a casaca. Na infância, enquanto os amigos, torcedores de Celtic ou Rangers, colecionavam títulos, ele via o time alviverde subir e descer de divisão. Nos quatro anos que viveu em Barcelona, assistiu partidas da Champions League no Camp Nou e viu o ainda desconhecido Lionel Messi dar os primeiros passos de sua incrível carreira. Mas, até hoje, nada consegue impressioná-lo mais que ver o Hibernian entrar em campo. Em seu currículo de torcedor só falta assistir um derby Hibs-Hearts em Easter Road: “Eu nunca fui a um derby de Edinburgo, mas ouvi dizer que a atmosfera é incrível. Espero ter a chance de assistir quando me aposentar e voltar para a Escócia.”

Viajando pelo mundo para participar dos torneios da ATP, Murray só consegue acompanhar as partidas do time pela internet, através de um streaming legal, ele insiste em esclarecer. E nenhum esforço é grande demais pelo Hibernian. Em maio passado, para assistir a primeira partida da final da Copa da Liga contra o Rangers, ele acordou às 5 da da manhã, no horário da Califórnia. No dia da final estava em Paris, se preparando para a estreia em Roland Garros, e comemorou o título sozinho, uma vez que o irmão e a mãe o abandonaram para presenciar in loco a histórica vitória do alviverde.

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Desde sempre, Andy Murray se sente confortável cercado de verde. Seja num campo de futebol, na tradicional quadra de grama de Wimbledon aparada na altura de 8 mm ou vestindo a camisa do Hibs. Para ele nada disso importa, porque é verde o sangue que corre em suas veias.

Pequenas coisas que resultaram na grande noite azzurra em Berlim

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Há 3.653 dias, a seleção italiana realizava o sonho do tetracampeonato, acalentado por 24 anos. A Azzurra tinha saído de casa desacreditada, mergulhada em escândalos e com a obrigação de provar muito para si mesma. Marcello Lippi conseguiu transformar um grupo de jogadores em um bando de irmãos, que juntos fizeram história e escreveram mais um capítulo dessa fábula chamada futebol.

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Pequeno guia cinematográfico da Copa América: Uruguai

Antes de começar a falar sobre o cinema do Uruguai, uma deliciosa curiosidade. Em 1898, o empresário Félix Oliver assiste a uma exibição do cinematógrafo e se apaixona perdidamente pela engenhoca. Volta para casa com um projetor, uma câmera (comprado dos irmãos Lumière!), e milhares de ideias na cabeça. Uma delas vira o filme “Una carrera de ciclismo en el Velódromo de Arroyo Seco”, o primeiro do cinema uruguaio e segundo da América Latina.  Abre a primeira sala de exibição de Montevidéu e ajuda outros a produzirem seus próprios filmes. Não satisfeito, em 1900, vai conhecer Georges Méliès para aprender truques para tornar seus filmes mais engraçados. Os filmes de Félix ocupam lugar de honra na Cinemateca Uruguaia.

Até 1919, os documentários eram a grande maioria dos filmes produzidos no país, porque os filmes de ficção vinham da Argentina. A produção local engatinhava enquanto a dos países vizinhos se desenvolvia a passos largos. Apesar das tentativas de incentivar a produção de cinema depois da Segunda Guerra, os filmes careciam de personalidade própria. Os 22 anos de ditadura militar também não ajudaram muito.

Tudo mudou na década de 90, quando foram criados os fundos FONA e INA para incentivar projetos cinematográficos. Sem essa ajuda, nenhum dos filmes produzidos nas décadas seguintes teria saído da gaveta. Surgiram diretores, roteiristas e técnicos, alguns vindos da publicidade, outros formados no exterior. De lá pra cá, mais de 120 filmes foram feitos.

O cinema uruguaio ainda é refém de co-produções com Argentina, Brasil e Espanha, mas mesmo assim tem feito alguns dos melhores filmes da América Latina. Um bom presságio é o Oscar para a canção “Al otro lado del río”, de Jorge Drexler, a primeira em espanhol a levar a estatueta pra casa. Nunca duvide dos uruguaios, um dia eles podem surpreender e faturar um homenzinho dourado por seus filmes.

Essa lista é só um aperitivo. Garantimos que você não vai se decepcionar.

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El dirigible (El dirigible, 1994) – Pablo Dotta

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Ácratas (Ácratas, 2000) – Virginia Martínez

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25 watts (25 watts, 2001) – Juan Pablo Rebella & Pablo Stoll

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En la puta vida (En la puta vida, 2001) – Beatriz Flores Silva

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El último tren (El último tren, 2002) – Diego Arsuaga

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El viaje hacia el mar (El viaje hacia el mar, 2003) – Guillermo Casanova

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Whisky (Whisky, 2004) – Juan Pablo Rebella & Pablo Stoll

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O banheiro do Papa (El baño del Papa, 2007) – César Charlone & Enrique Fernández

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Acné (Acné, 2008) – Federico Veiroj

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Mal Dia para Pescar (Mal Dia para Pescar, 2009) –  Álvaro Brechner

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El Cuarto de Leo (El Cuarto de Leo, 2009) – Enrique Buchichio

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Reus (Reus, 2010) –  Eduardo Piñero, Pablo Fernández & Alejandro Pi

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La vida útil (La vida útil, 2010) – Federico Veiroj

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La demora (La demora, 2012) – Rodrigo Plá

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120 Seras eterno como el tiempo (120 Seras eterno como el tiempo, 2012) – Shay Levert

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Tanta Água (Tanta Água, 2013) – Ana Guevara & Leticia Jorge Romero

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Anina (Anina, 2013) – Alfredo Soderguit

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Una noche sin luna (Una noche sin luna, 2014) – Germán Tejeira

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Mr. Kaplan (Mr. Kaplan, 2014) – Álvaro Brechner

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El apóstata (El apóstata, 2015) – Federico Veiroj

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El hombre nuevo (El hombre nuevo, 2015) – Aldo Garay

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Gonchi, la película (Gonchi, la película, 2015) – Luis Ara & Federico Lemos

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Migas de pan (Migas de pan, 2016) – Manane Rodríguez

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Meu Mundial – Para Vencer não Basta Jogar ( Mi Mundial, 2017) – Carlos Andrés Morelli

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Porno para principiantes (Porno para principiantes, 2018) –  Carlos Ameglio

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Belmonte (Belmonte, 2018) – Federico Veiroj

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Los tiburones(Los tiburones, 2019) –  Lucía Garibaldi

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Window Boy Would Also Like to Have a Submarine (Window Boy Would Also Like to Have a Submarine, 2020) – Alex Piperno

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