Mais que azul, o Leicester é a coisa mais quente

A nossa playlist desta semana é para você, caro leitor, que acalenta no fundinho do seu coração o desejo secreto de ver o Coiote pegar o Papa-léguas, o Sargento Garcia prender o Zorro, o rato comer o gato e o Leicester campeão da Premier League. Nós valorizamos gente como você, camarada, que tem o coração cheio de esperança.

Antes desta temporada de Cinderela, ninguém dava a menor bola pro Leicester. Ninguém sabia onde ficava e nem que algumas das melhores invenções do mundo saíram da cachola de filhos da terra. O DNA foi descoberto por Sir Alec Jeffreys na universidade de Leicester. Em 1937, Donald Hings inventou o walkie talkie. É de lá uma das mais bizarras categorias do esporte radical: o extreme ironing, que consiste em passar roupa no alto de um penhasco. Quer saber onde surgiu a bolinha de golfe furadinha? BINGO! William Taylor registrou a patente da dita cuja em 1905.

Se formos falar de história, então… Eis alguns personagens históricos que vieram da simpática cidade: Lady Jane Grey, que foi rainha da Inglaterra por apenas nove dias, Joseph Merrick, o Homem Elefante, e Simon de Montfort, fundador do Parlamento inglês. Até desenterraram uma ‘maldição’ sobre o fantasma de Ricardo III, que só deixou a cidade em paz depois que sua ossada foi sepultada na catedral.

Só por ter presenteado o mundo com Graham Chapman, do Monty Python, eu já acho Leicester um dos melhores lugares da galáxia. E ainda tem Joe Orton, autor de teatro. E Stephen Frears que, entre tantos filmes incríveis, dirigiu um filme sobre Orton, “O Amor Não Tem Sexo”, com o maravilhoso Gary Oldman. E tem Richard Armitage, que todo mundo conhece como Thorin, do Hobbit, ou como Dragão Vermelho da série Hannibal, mas eu prefiro lembrar dele como John Thornton de Norte & Sul, que não deixa nada a desejar a Mr. Darcy, o melhor – e mais amado – personagem masculino da literatura mundial na categoria marido ideal.

Como nem tudo na vida é alegria, é de Leicester a menina Madeleine McCann, que desapareceu na Praia da Luz, no Algarve, em Portugal e até hoje não foi encontrada.

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Vamos ser honestos e dizer que ninguém tava nem aí pro Leicester quando ele estava no borralho esfregando o chão das últimas posições e tentando fugir do rebaixamento. Aí, o simpático Claudio Ranieri fez sua mágica de fada madrinha e transformou o sonso LC na bela do baile, que deixou pra trás beldades ricas, estreladas e poderosas como United, Chelsea, City e Arsenal e encantou o mundo. Faltam apenas algumas semanas para o sonho virar realidade, e o Leicester City já conseguir um feito histórico. Por isso, hoje vamos homenagear  aqueles que nunca deixaram de acreditar.

A playlist desta semana é de músicos da cidade, alguns até torcedores do City. Começando com The Five Dallas Boys, a primeira boy band de que se tem notícia, passando por Engelbert Humperdinck, o cara que estourou o cafonômetro com seu cabelo cheio de laquê, seu bigode de narcotraficante e suas calças boca de sino. O Leicester parece ser o time favorito de baixistas, tecladistas e bateristas. A lista é longa: John Deacon, John Illsley,  Jon Lord, Tony Kaye, Richard Hughes, Frank Benbini e Robert Gotobed. Pra mostrar que somos ecléticos juntamos brega, punk, indie e pop, e não esquecemos o padrinho do Ska, Laurel Aitken – cubano de nascimento mas Fox no coração – nem a DJ Lisa Lashes. Sing-a-long!

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Hark Now Hear the Leicester Sing (Nel Blu Dipinto Di Blu)

 

Parece 1º de abril mas é verdade

 

Aproveitamos o 1º de abril para relembrar histórias verdadeiras que tem cara de mentira. Acontecimentos que derrubaram o queixo até do mais cético torcedor. Desacredite se quiser. 

1º de abril e a internet se derrete em farsas maravilhosas, piadas bem boladas e brincadeiras históricas. Mas não se iluda, caro amigo leitor. Certas verdades são tão improváveis que tem cara de mentira. Por isso, resolvemos tirar algumas delas do baú. Como estas daqui:

Viola assina com o Palmeiras

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Três anos depois da comemoração do “porquinho” no gol do Corinthians na final do Paulistão de 1993 contra o Palmeiras, o atacante Viola assina com o Verdão. Logo ele, o Pinguim do Batman, o Lex Luthor do Super-Homem, o Lagarto do Homem-Aranha. Viola no Palmeiras. A parte mais legal é que aquele super time da Parmalat não ganha nada enquanto Viola está no Parque Antárctica.

Grécia conquista a Eurocopa

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O ano é 2004 e, em meio a várias seleções incríveis da Eurocopa, a Grécia se sagra campeã. Retranqueira, envelhecida, com jogo baseado na bola aérea e na forte marcação, a equipe grega de Otto Rehhagel bate Portugal de Felipão no Estádio da Luz, em Lisboa. Com gol do corcunda Charisteas. Fala sério, isso nunca vai acontecer!

Chelsea vence a Liga dos Campeões

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No começo da Champions de 2012, as apostas para uma vitória do Chelsea pagavam 220 para 1. O time inglês, depois de 107 anos de existência e treinado pelo desconhecido Roberto Di Matteo levanta a sua primeira orelhuda. É a final é contra ninguém menos que o Bayern de Munique. No tempo normal, empate em 1-1 com gols de Thomas Müller e Didier Drogba. Nos pênaltis, 3-4 para o Chelsea. E algum maluco estourou a banca das casas de aposta de Londres.

Luís Enrique troca Real Madrid pelo Barcelona

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Meia de enorme talento e que fez sucesso no Santiago Bernabéu, Luís Enrique deixa o Real Madrid para assinar com o Barcelona. As duas torcidas se revoltam, mas o atleta atravessa grande fase com a camisa dos catalães e vira ídolo. Anos depois, volta como técnico e é campeão europeu. Essa foi boa, vai.

Luís Figo abandona o Barça e vira um galáctico

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O Real Madrid monta um time fantástico com várias estrelas na temporada 2000-01. Um deles é o craque do Barcelona, o português Luís Figo, bicampeão espanhol e com enorme identificação com a massa blaugrana. Meia é conhecido como o grande jogador de sua geração e demora a cair nas graças dos madridistas, mas eventualmente conquista a hegemonia europeia ao lado de um verdadeiro esquadrão. Tão bizarro que nem dá para acreditar.

Leicester de Ranieri se sagra campeão inglês

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HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH Até parece!

PSV faz 10-0 no Feyenoord pelo Holandês

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O segundo maior clássico holandês entre PSV e Feyenoord termina em 10-0 para o pessoal de Eindhoven, na temporada 2010-11. Massacre tem gols de Jonathan Reis (3x), Lens (2x), Toivonen, Dzsudzsák (2x), Engelaar e Martins Indi (contra). Aham, e eu sou o herdeiro do trono da família real sueca.

La Coruña detona Milan e avança na Champions

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Em 2004, Deportivo La Coruña reverte agregado que estava em 4-1 para o Milan para 5-4 com uma goleada por 4-0 no estádio Riazor. A partida é válida pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Os espanhóis derrotam o time de Dida, Kaká, Seedorf, Nesta, Gattuso, Pirlo, Inzaghi, Shevchenko, aquela galera toda. Faz-me rir.

Kahn é eleito melhor jogador da Copa-2002

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Alemanha vai à final da Copa do Mundo de 2002 contra o Brasil e Oliver Kahn é eleito o melhor jogador do torneio, pela grande atuação. O prêmio é tão absurdo que ele merece tomar dois gols do Ronaldo para largar a mão de ser besta. Um deles precisa ser um frangaço. Consegue imaginar isso acontecendo? Então, nem a gente.

Inter de Limeira vence o Paulistão contra o Palmeiras

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Modesta equipe do interior paulista conquista o maior título de sua história em 1986. Troféu do Paulistão vem contra o Palmeiras, após dois jogos no Morumbi. É a primeira vez que um clube do interior levanta este caneco. Essa aqui é tão absurda que nem dá pra projetar.

Maradona vai jogar no Newell’s Old Boys

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Essa aqui é tão maravilhosa que parece roteiro de filme ruim: Diego Maradona, depois de tudo que fez pelo futebol, cai em desgraça por envolvimento com drogas, é contratado pelo Sevilla e, em 1993, vai parar no Newell’s Old Boys para jogar apenas algumas partidas. Surreal. Para ficar ainda mais impossível de acreditar, só falta dizer que depois disso ele é banido durante uma Copa do Mundo, fica meses parado, e vira técnico do obscuro Textil Mandiyú. Claro, claro, faz todo o sentido.

Forest sai da segundona para ser bicampeão europeu

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O Nottingham Forest, um time que nunca foi campeão inglês, consegue o acesso para a primeira divisão como segundo colocado na tabela. No ano seguinte, vence a Liga e conquista o privilégio de disputar a Copa dos Campeões da Europa. Vai até a final contra o Malmö da Suécia e se sagra campeão europeu. Em 1977, está na segunda divisão. Em 1979, é o maior time do momento na Europa. Pior de tudo: ganha outra vez a Copa dos Campeões em 1980, contra o Hamburgo, sem nenhum grande astro no elenco. É melhor desligar o videogame, olha que maluquice…

Musica para craque, a playlist definitiva

Segunda edição da nossa playlist reúne apenas hits que homenageiam craques do futebol mundial. Valem todos os estilos possíveis, desde que tragam o nome do jogador no título da faixa. Separe seus fones de ouvido.

Um grande jogador é imortalizado por seus feitos em campo. Um ídolo ganha música. Alguns dos maiores jogadores de todos os tempos foram eternizados em verso, prosa e ritmo. Nossa playlist super especial desta semana tem de rap a música brega. Mas isso importa? Na verdade, não.

Como futebol não conhece fronteiras e é o mais democráticos dos esportes, temos a banda australiana Vaudeville Smash tecendo loas a Zinedine Zidane, os franceses do Mano Negra cantando Diego Maradona, o catalão Joan Manuel Serrat homenageando László Kubala, a música de uma banda de Palma para Samuel Eto’o e muito mais. De bônus vai uma preciosidade: a música para Sven-Göran Eriksson.

Na série americana Breaking Bad, Walter White, ao se transformar em seu alter ego maléfico Heisenberg, cunhou a frase “Say my name”. Aqui, Zidane, Ibra, Falcão e cia, dizem “Sing my name”. Resista se for capaz.

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Seis Graus de Separação: De Gérson a George Weah

Dois artistas do gol. Matadores natos que tiveram espaço nos anos 1990 para brilhar dentro da área. Gérson, ex-Atlético Mineiro e Internacional e George Weah, fera do Milan, eleito melhor do mundo em 1995. Como podemos ligar estes artilheiros a partir de seus colegas? Contamos como.

Gérson, Atlético Mineiro 1989

O atacante Gérson é o atleta que mais vezes foi artilheiro da Copa do Brasil. Com três troféus de maior goleador do torneio, o paulista infelizmente não teve muito mais tempo para fazer o que sabia. Com passagens marcantes pelo Atlético Mineiro e Internacional, o camisa 9 parou em 1993 e morreu no ano seguinte, com apenas 28 anos. Quando atuou pelo Galo, em 1989, conheceu o lendário Éder Aleixo…

Éder Aleixo, Brasil 1982

O ponta-direita foi um dos craques que esteve no Mundial de 1982, na Espanha, pelo Brasil. Aquele time era historicamente um dos mais técnicos que a Seleção já teve, treinado por Telê Santana. Éder esteve na lista daquela Copa como titular, juntamente com Toninho Cerezo, outro ídolo do Galo…

Toninho Cerezo, Roma 1984

Icônico nos anos 1980, Toninho Cerezo e seu bigode emprestaram talento à Roma, que em 1984 montava o time para tentar ser campeã europeia. O título não veio, mas Cerezo virou ídolo na equipe giallorossa. O brasileiro atuou naqueles tempos com o arisco meia Carlo Ancelotti…

Carlo Ancelotti, Milan 1992

Depois de sair da Roma aclamado como um dos grandes da Itália, Ancelotti saiu no meio da década de 1980 para o Milan, onde jogou os anos finais de sua carreira, com muitos títulos. Um dos colegas de vestiário de Carlo era o eterno capitão Franco Baresi…

Franco Baresi, Milan 1995

Líbero dos bons e dono da zaga milanista, Franco Baresi se aposentou em 1997, aposentando a camisa 6 no clube rossonero. Antes de pendurar as chuteiras e a faixa de capitão, Baresi atuou com o liberiano George Weah, artilheiro que veio do PSG em 1995…

George Weah, Milan 1995

No primeiro semestre de 1995, Weah atuava pelo PSG. Ao fim da temporada, assinou com o Milan e rapidamente virou ídolo da torcida com os seus gols. O africano saiu em 2000 do San Siro e se aposentou três anos depois.

E se a gente fizesse uma seleção só com jogadores que viraram técnicos?

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Muitos jogadores não conseguem ficar longe do futebol depois da aposentadoria e logo se metem em cursos para começar a vida como treinadores. A maioria esmagadora de técnicos que fizeram sucesso no futebol mundial é formada por ex-atletas. Sabendo disso, escolhemos 11 caras que jogaram muita bola e depois foram para o banco de reserva transmitir seus ensinamentos. Mesmo não sendo um 4-4-2 tradicional, olha só a nossa seleção:

Dino Zoff, goleiro

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Dino Zoff encerrou uma longa trajetória como goleiro em 1983, jogando pela Juventus. Foram 22 anos de ofício até a aposentadoria, incluindo o lendário titulo da Copa de 1982 no currículo. Em 1988, o italiano assumiu a Juve e conquistou uma Copa da Itália e uma Copa Uefa em 1990. O último time que treinou foi a Fiorentina, em 2005. Também comandou a Lazio e a Itália neste intervalo.

Franz Beckenbauer, líbero

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O mais respeitado jogador da história da Alemanha também se aposentou em 1983 como atleta. Ídolo do Bayern e com boas passagens pelo New York Cosmos e Hamburgo, o ‘Kaiser’ também brilhou como treinador. Comandou a seleção alemã, o Olympique de Marselha e o Bayern de Munique. Foi campeão do mundo na Copa de 1990, conquistou o Alemão e a Copa Uefa com o Bayern. Não treinou mais nenhum clube depois de 1996.

Bob Paisley, lateral-esquerdo

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O grande Bob Paisley foi um lateral-esquerdo de respeito e marcou época pelo Liverpool. Jogou apenas pelos Reds e, por nove anos, também treinou o clube, o único que defendeu em sua carreira. Foi campeão inglês como jogador em 1947, mas teve mais sucesso como técnico: bicampeão da liga, tricampeão da Copa da Inglaterra, da Copa dos Campeões Europeus e uma vez vencedor da Copa Uefa. Deixou o cargo em 1983 e foi sucedido por Joe Fagan, que venceu a Copa dos Campeões em 1984 contra a Roma. Paisley morreu em 1996, aos 77 anos.

Diego Simeone, volante

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Raçudo, temperamental e catimbeiro: estas eram as características de Diego Simeone como volante. Ganhou fama jogando pela seleção argentina e por grandes clubes europeus como Sevilla, Atlético de Madrid, Internazionale e Lazio. O ínicio e o fim de sua carreira foi na Argentina, começou no Vélez e se aposentou no Racing, em 2006. Foi na ‘La Academia’ que deu os primeiros passos como treinador e decolou quando assumiu o Estudiantes, no mesmo ano. Campeão nacional com os Pincharratas, repetiu o feito pelo River Plate. No entanto, ficou famoso mesmo quando retornou ao Atlético de Madrid. A lista de feitos de El Cholo pelo time madrilenho não é pequena: um título da Copa Uefa, uma Liga Espanhola, uma Copa do Rei e uma Supercopa da Uefa, além de chegar à final da Liga dos Campeões em 2014.

Pep Guardiola, volante

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A trajetória de Pep Guardiola é praticamente uma ode ao Barcelona. Formado nas categorias de base do time catalão, o volante foi multicampeão no Camp Nou. Até a aposentadoria em 2006, também passou, sem muito brilho, por Brescia, Roma, Al-Ahli e Dorados de Sinaloa. Voltou ao Barcelona para treinar as categorias de base do Barça até ter a chance de assumir o time titular. Aí, começa a outra parte da história. Em sua primeira temporada no banco de reservas, os catalães levantaram a Champions, a Liga Espanhola, a Copa do Rei e o Mundial de Clubes da Fifa. Guardiola ainda repetiu o feito em 2011. Ao todo, tem nove títulos, cinco supercopas (duas da Uefa e três da Espanha). Depois de um ano sábatico, que tirou para aprender alemão, Pep foi para o Bayern e continuou com a série vitoriosa: bicampeão alemão, campeão da Copa da Alemanha, do Mundial de Clubes da Fifa e da Supercopa Uefa.

Fabio Capello, meia

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O meia Fabio Capello fez uma carreira vitoriosa com passagens por Roma, Juventus e Milan. Parou em 1980, para estudar e treinar equipes de base do Milan. Em 1986 virou assistente de Nils Liedholm e ganhou experiência. A partir de 1991, começou a atuar como treinador efetivo. Foi tetracampeão italiano e campeão europeu com o Milan, bicampeão espanhol com o Real Madrid em duas passagens, campeão italiano com a Roma e bicampeão italiano com a Juve. No entanto, os títulos juventinos foram cassados após o escândalo do Calciopoli e a Internazionale herdou os scudetti. Em 2006, comandou o Real Madrid e venceu o título espanhol. Depois treinou sem grande brilho as seleções da Inglaterra e Rússia. Foi demitido pelos russos e, no momento, está de olho em qualquer vaguinha que aparecer.

Carlo Ancelotti, meia

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Carlo Ancelotti foi um dos meias mais brilhantes da Itália nos anos 1980 e 90. Começou no Parma e teve grandes fases por Roma e Milan. Conquistou títulos importantes dentro e fora da Itália com dois dos esquadrões mais memoráveis da história romanista e milanista. Carlo se aposentou em 1992, e três anos depois estava de volta ao futebol como técnico. Fez bom trabalho no Parma, mas brilhou mesmo no Milan, a partir de 2001. Poderíamos ficar aqui por várias linhas falando de seus títulos, mas o que você precisa saber é que ele foi campeão nacional por Milan, Chelsea e Paris Saint-Germain, levantou três vezes a Champions por Milan e Real Madrid e ainda tem dois títulos do Mundial de Clubes da Fifa. É pouco respeito? Ancelotti está desempregado desde que saiu do Real, em junho de 2015.

Johan Cruyff, meia/atacante

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Johan Cruyff dispensa apresentações. Revolucionário, o gênio holandês brilhou por Ajax, Barcelona e Feyenoord antes de se aposentar em 1984. Na década seguinte, virou treinador e levou o Barça a montar o inesquecível ‘Dream Team’ com Romário, Stoichkov, Laudrup e Ronald Koeman. Em 1991, sofreu um infarto que quase o matou. Aposentou-se em 1996. Em outubro de 2015, foi diagnosticado com câncer de pulmão, apesar de ter parado de fumar depois dos problemas cardíacos.

Brian Clough, atacante

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Brian Clough pode até ser conhecido pelas suas façanhas inacreditáveis como treinador, mas antes disso teve papel importante com a camisa do Middlesbrough e do Sunderland. Foi um atacante com faro de gols e se aposentou em 1964, com uma média invejável de gols e convocações pela seleção inglesa. Treinando o Derby County e o Nottingham Forest, em um curto espaço de tempo, saiu da segunda divisão para conquistar a elite inglesa. Com o Forest, encaixou uma sequência perfeita de acesso, título da primeira divisão e bicampeonato da Europa, batendo o Liverpool, time mais temido da época. Clough é considerado uma verdadeira lenda do esporte. Morreu em 2004, depois de uma década lutando contra os efeitos colaterais do alcoolismo.

Sir Alex Ferguson, atacante

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Sir Alexander Chapman Ferguson é uma lenda viva do futebol inglês. O escocês jogou como atacante de 1957 a 74 e disputou a Copa de 1966 com a Escócia. Atuou por toda a carreira em times do seu país e brilhou por Dunfermline Athletic, Rangers e Falkirk. Quando começou a ser treinador, mostrou enorme potencial. Surpreendeu a Europa sendo campeão da Recopa Uefa com o Aberdeen e, pouco tempo depois, despontou como comandante da Escócia, logo após a morte de Jock Stein nas Eliminatórias para a Copa de 1986. Depois da seleção, Fergie foi para o Manchester United e com algum tempo de trabalho, se consolidou como maior técnico da história do clube mancuniano: 13 vezes campeão inglês, duas vezes campeão europeu e mais uma porrada de outras Copas. Exigente e disciplinador, acumulou histórias de rixas com jogadores, mas sempre venceu e continuou no cargo. Se aposentou em 2013, deixando um legado de incríveis vitórias.

Alfredo Di Stéfano, atacante

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Quem foi o maior craque da história do futebol? Pelé ou Maradona? Há quem diga que foi Alfredo Di Stéfano, o argentino que levou o Real Madrid a dominar a Europa nos anos 1960. Atacante com uma classe inimitável, Di Stéfano largou o ofício em 1966, após dois anos jogando pelo Espanyol. A partir de 1967 virou técnico e conquistou importantes troféus por Boca Juniors, Valencia, River Plate e Real Madrid. O Real foi seu último clube como treinador, em 1991. Alfredo morreu em 2014, com 88 anos, reconhecido como grande ator de um futebol romântico.

O derby eterno das Ilhas Scilly

 

Todos os domingos, entre novembro e março, pontualmente às 10h30, no campo Garrison a mesma partida é disputada: Garrison Gunners contra Woolpack Wanderers. E vice versa. Para colocar ordem nessa confusa história um único árbitro, Paul Charnock. Este é o clássico conhecido como “Dia da Marmota”.

Scilly é um arquipélago formado por 56 ilhas, localizado a 45 km da Cornualha. Apenas 5 das ilhas são habitadas: St. Mary’s, Tresco, St. Martins, Bryher e St. Agnes. St. Mary’s é a maior delas, com 1.800 habitantes e conta com duas coisas importantíssimas: um aeroporto e o menor campeonato de futebol do mundo.

O campeonato surgiu nos anos 1920, com a Lyonnesse Inter-Island Cup, e somente as cinco ilhas maiores participavam. Na década de 1950, alguns times deixaram de existir e competição ficou restrita apenas a duas equipes do arquipélago: Rovers e Rangers. Em 1984, os times foram rebatizados e surgiram Woolpack Wanderers, malha vermelha com mangas azuis, e Garrison Gunners, laterais azuis na malha amarela. Desde então, para dar o pontapé inicial na temporada, em novembro, as equipes disputam a Charity Shield, torneio entre os vencedores da Liga e da Taça das Taças.

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Campeão ou vice? Não importa

O calendário é bastante agitado. Além das 18 rodadas do campeonato principal, as duas equipes disputam a Wholesalers Cup e a Foredeck Cup. Como todos os jogos são disputados no campo Garrison, os gols fora de casa não contam. Durante a temporada são disputados 22 derbies, e ambas as equipes são filiadas à Football Association.

O acontecimento esportivo é uma partida da seleção local contra o Newlyn Non Athletico, time da 14ª divisão inglesa. Anualmente eles recebem o time do continente, o Truro City FC. No mês passado, uma novidade no calendário anual da ilha: uma parceria firmada entre Anthony Gibbons, o novo presidente do St. Mary’s Football Club, e Scott Reid, da associação de observadores de pássaros. A partida inaugural, com patrocínio do ‘Bird Guide’, publicação oficial dos amantes das aves, terminou com vitória dos anfitriões por 4-0.

O quente mercado da bola

Nada das tradicionais peneiras. As transferências antes do início do campeonato, quando os jogadores podem mudar de equipe, são absolutamente inusitadas. Quem decide quem jogará por qual equipe é o capitão e a disputa usa um método infalível: cara ou coroa. Quem ganha pode escolher os 20 jogadores que farão parte da sua equipe na temporada.

Depois das partidas disputadíssimas, onde não é incomum parentes e amigos se enfrentarem, todos se encontram no Scillonian Club, na ilha St. Mary’s, para a tradicional cerveja e a troca de impressões sobre o jogo.

Sonhando grande com a ajuda de campeões

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O menor campeonato de futebol do mundo teve seus 15 minutos de fama, em 2008. Em uma campanha publicitária da Adidas, chamada “Dream Big”, lançada antes da Euro da Áustria e Suíça, estrelas do futebol conheceram os meninos das duas equipes locais. David Beckham e Steven Gerrard treinaram por alguns dias com a garotada, mas a surpresa foi a partida final. Fazendo jus ao slogan “Impossible is nothing”, as duas equipes ganharam reforços de peso, como Daniele De Rossi, Anderson, Patrick Vieira, Andriy Voronin e Michael Ballack.

A arena

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O Garrison Field pode não ser o Maracanã ou uma das modernas arenas atuais, mas tem um charme único. Instalado no alto da ilha de St. Mary’s, na histórica fortificação do Castelo Star, construído em 1593, a vista do Atlântico é de tirar o fôlego. O recorde de público do modesto estádio foi de 322 expectadores.

Migração de talentos

O campeonato enfrenta graves problemas para continuar existindo. O grande inimigo da liga é a crise econômica, que faz com que os habitantes saiam da ilha para tentar a vida no continente. Contando com menos de 40 membros, a média de idade das equipes é bastante alta: 35 anos.

Outro fator importante é falta de renovação de jogadores. Muitos garotos, a partir dos 16 anos, são obrigados a deixar de lado o esporte para terminar os estudos no continente europeu. Menos de 10% retornam. Os planteis são basicamente formados por trabalhadores de diversas áreas na Ilha. Entre motoristas, construtores de barco e cozinheiros, a diversidade de profissões forma uma gama curiosa entre os ‘atletas’.

Na última temporada, um brasileiro participou do campeonato. Vestindo as cores do Woolpack Wanderers, o carioca Samuel Campos, 41 anos, ajudou seu time a levantar a menor taça do mundo.

Este ano foi difícil conseguir jogadores para formar os  dois times. Como o número de membros cai a cada ano, foi preciso aumentar o valor da colaboração dos jogadores. Agora, quem não paga, não joga. A liga começou também a vender camisas para arrecadar fundos para comprar redes novas para os traves e uma máquina de lavar para os uniformes. Nem os animadores números da temporada, 137 gols em 21 partidas, parece animar novos adeptos.

Os cartolas estão programando amistosos com times do continente para agitar as coisas. No ano passado, uma equipe de TV alemã filmou uma partida, que foi exibida no intervalo de Bayern e Roma, pela Champions League.

Você deve imaginar que jogar 22 vezes contra o mesmo adversário é entediante. Os jogadores insistem em dizer que não.  Mesmo sabendo as qualidades, os truques, os pontos fracos e fortes do oponente, a cada jogo a rivalidade aumenta. Desde que a FIFA reconheceu o torneio, em 2002, o Woolpack Wanderers, atual campeão,  venceu mais vezes que o Garrison Gunners.  Só não pergunte os números, porque até eles perderam a conta. O campeonato pode ser pequeno, mas o amor desse povo pelo futebol é imenso.

E ah, se bater ainda mais curiosidade, você pode visitar o site oficial feito pelo pessoal das Ilhas Scilly.

Os goleiros mais jovens a estrear na Série A italiana

Quando Sinisa Mihajlovic escalou Gianluigi Donnarumma como titular, muitos se apressaram em dizer que era o mais jovem goleiro a estrear na Série A. Lamentamos informar que não é bem assim. O detentor do recorde, por 2 meses e 12 dias, ainda é Gianluca Pacchiarotti. Aqui vai a nossa lista dos menores de 18 anos a estrear no campeonato italiano.

 1. Gianluca Pacchiarotti (16 anos, 6 meses e 12 dias)

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Gianluca Pacchiarotti tem dois recordes em sua breve carreira no futebol italiano: é o goleiro mais jovem a participar de uma partida no máximo campeonato e foi o primeiro a sofrer um gol de Diego Maradona. Dois feitos dignos de entrar no Guinness.

Nascido em Roma, no dia 30 de agosto de 1963, foi criado na cidade de Scafa, região de Abruzzo. Fez sua estréia em uma partida contra o Perugia, no dia 9 de março de 1980, vestindo a camisa do Pescara e substituindo Carlo Pirri aos 80′. Esses foram seus 10 minutos de fama, porque sua equipe foi rebaixada para Série B e posteriormente para Série C1.

Seu outro grande momento, no entanto, aconteceu 4 anos depois, em setembro de 1984, durante um encontro entre Pescara e Napoli pela Copa da Itália, quando Diego Armando Maradona marcou seu primeiro gol em terras italianas.

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Em 1986, Gianluca transferiu-se para Alemanha, onde jogou uma temporada pelo Schalke 04. Voltou para a Itália e passou por equipes de pouca ou nenhuma relevância até aposentar-se, em 2004. Atualmente é treinador.

2.  Gianluigi Donnarumma (16 anos e 8 meses)

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Donnarumma bateu na trave em sua tentativa de ser o goleiro estreante mais jovem da Série A. Mesmo que ele tenha jogado 90 minutos na sua partida de estréia, é 72 dias mais velho que Pacchiarotti.

Gianluigi nasceu em 25 de fevereiro de 1999, na região de Nápoles. Seguiu os passos do irmão mais velho, Antonio, que atualmente joga no Genoa.

Treinando no Milan desde 2013, teve a oportunidade de acompanhar a equipe principal na pré-temporada na China, em julho de 2015. No dia 30 de julho, substituiu Diego López, nos minutos finais da partida contra o Real Madrid. A partida terminou 0-0 e ele foi um dos jogadores do Milan a perder o pênalti. O resultado das cobranças foi 10 a 9, a favor da equipe espanhola.

Na partida contra o Sassuolo, no dia 25 de outubro, entrou como titular e jogou 90 minutos. É o queridinho do técnico Mihajlovic, que não cansa de dizer de Donnarumma é o “futuro do futebol italiano”.  Vamos observar.

3. Simone Scuffet (17 anos,  7 meses e 1 dia)

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Ser considerado “o novo Buffon”, definitivamente, não faz bem para a carreira.  Simone Scuffet fez o mesmo percurso do goleirão da Juventus e da seleção. Catapultado de terceiro goleiro para titular, por Francesco Guidolin, na partida da Udinese contra o Bologna, no dia 1º de fevereiro de 2014, encantou com sua segurança.

As boas apresentações, principalmente contra a Inter na Copa Itália, garantiram a convocação para a seleção sub-17 e a transferência quase certa para o Atlético de Madri. Quase, porque o clube madrilenho preferiu o grego Karnezis. Para piorar um pouco mais a situação, os pais de Simone não deixaram o menino mudar para a Espanha porque ele tinha que terminar os estudos. O diploma custou caro e Scuffet acabou emprestado para o Como, que disputa a Série B.

Nascido no dia 31 de maio de 1996, aos 19 anos, Scuffet está recomeçando mais uma vez.

4. Luigi Sepe (17 anos, 8 meses e 20 dias)

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Criado nas categorias de base do Napoli, a estréia (e única partida disputada), foi contra a Fiorentina, no dia 28 de janeiro de 2009. Nos anos seguintes foi emprestado para Pisa, Lanciano e Empoli.

Com a volta do Empoli para a Série A, fez seu segundo debut contra a Udinese, no dia 31 de agosto de 2014. Em março de 2015, renovou seu contrato com o Napoli até 2019. Emprestado para a Fiorentina, Sepe se aproveitou da saída de Neto para a Juventus e ocupa o posto de terceiro goleiro.

5. Gianluigi Buffon (17 anos, 9 meses e 21 dias)

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Buffon dispensa apresentações.  Ele é o legítimo mármore de Carrara. Nascido em 28 de janeiro de 1978, estreou na Série A pelo Parma no empate, em 0-0, contra a equipe do Milan, no dia 19 de Novembro de 1995.

Participou de cinco Copas do Mundo, foi campeão em 2006 e tem 6 scudetti, 1 Copa Itália, 5 Supercopas italianas e até um título da Série B pela Juventus. Mas a lista não para aí, pelo Parma conquistou uma Copa da UEFA, uma Copa Itália e uma Supercopa. É considerado um dos maiores goleiros de todos os tempos e, aos 37 anos, ainda não tem sucessor.

6.  Angelo Peruzzi (17 anos, 9 meses e 27 dias)

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Criado no juvenil da Roma, Angelo Peruzzi ficou famoso como goleiro da Juventus.

A sua foi, no mínimo, insólita. No jogo entre Milan e Roma, no estádio San Siro, o goleiro titular, Franco Tancredi, foi atingido por um rojão e Peruzzi foi obrigado a entrar. Naquele dia 13 de dezembro de 1987, começou uma das carreiras mais vitoriosas da Série A.

Nos 8 anos que jogou pela Juventus, conquistou os mais importantes troféus do futebol. Encerrou a carreira na Lazio, onde jogou de 1999 a 2007, traindo assim duplamente o time que o revelou. De 2008 a 2010 foi colaborador técnico de Marcello Lippi na seleção italiana.

7.  Marco Pilato (18 anos)

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Encerramos nossa lista com Marco Pilato, que jogou sua primeira partida na Série A no dia que completou 18 anos. O jovem terceiro goleiro do Bologna foi promovido a titular quando os outros dois goleiros se contundiram.

A partida Bologna e Parma, do dia 14 de abril de 1991,  teve um gosto amargo para o aniversariante Pilato, que levou 3 gols. Mas o pior ainda estava por vir, depois de tomar 16 gols em 6 partidas, foi deixado de lado pelo treinador nas temporadas seguintes.

Como ninguém acreditou no seu talento, decidiu deixar o Bologna que, em plena crise financeira, não conseguia dar aos jovens jogadores oportunidades de desenvolvimento, resolveu começar uma nova carreira. Trocou a camisa 1 pelo ataque e foi tentar a sorte na Série C1. Só assim passou a se divertir com o futebol.

As 10 partidas mais importantes da carreira de Del Piero segundo ele

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Hoje, 9 de novembro, Alessandro Del Piero faz 41 anos. Jogador mais importante da história da Juventus, detentor de todos os recordes, campeão do mundo em 2006, entrou em campo 688 vezes, 585 por clubes e 103 com a camisa da seleção italiana.

Em 2010, no seu livro “10+ O meu mundo em um número”, Del Piero elegeu as 10 partidas mais importantes da carreira. O gol mais importante? O de número 183, contra a Fiorentina pela Copa Itália, quando bateu o recorde de Gianpiero Boniperti e se tornou o maior goleador da história da Velha Senhora. Auguri, Capitano!

1. Itália x França – Final da Copa do Mundo, Berlim, 9 de julho de 2006

2. Alemanha x Itália – Semifinal da Copa do Mundo,  Dortmund, 4 de julho de 2006

3. Juventus x Ajax – Final da Liga dos Campeões, Roma, 22 de maio de 1996

4. Juventus x River Plate – Final da Copa Intercontinental, Tóquio, 26 de novembro de 1996

5. Itália x México – Grupos da Copa do Mundo, Oita, 13 de junho de 2002

6. San Vendemiano x Orsago – San Vendemiano, 10 de novembro de 1987

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7. Juventus x Real Madrid, Quartas de final da Liga dos Campeões, Turim, 20 de março de 1996

8. Juventus x Fiorentina, Quartas de final Copa da Itália, Turim, 10 de janeiro de 2006

9. Juventus x Fiorentina, 12ª rodada da Serie A, Turim, 4 de dezembro de 1994

10. Borussia Dortmund x Juventus – Grupos da Liga dos Campeões, Dortmund, 13 de setembro de 1995

Os melhores e os piores momentos do derby romano

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Rivalidade no futebol é coisa antiga, cada cidade, região, país tem a sua, mas nenhuma é como a de Roma e Lazio. Do primeiro derby, em 1929, até hoje foram disputados 178 clássicos capitolinos.

Cada derby é único e reserva grandes emoções. Nos 85 anos do confronto já aconteceu de tudo. Selecionamos alguns momentos que merecem ser lembrados e outros que poderiam ser esquecidos.

Troféu “Ó do borogodó”

CUSPIDA DE ZAGO EM SIMEONE

Antonio Carlos Zago sempre foi um bom moço, até o derby de 1999. Ninguém tem a menor ideia do que Simeone falou pra ele, mas a resposta não poderia ser pior: uma bela cusparada na cara.

Tudo bem, sabemos que Simeone nunca foi flor muito cheirosa, mas não desejamos uma cuspida nem para nosso pior inimigo.

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PANCADARIA DENTRO E FORA DO OLÍMPICO

Uma semana antes da partida, os ânimos já ficam exaltados entre as duas torcidas. Por esse motivo, de uns anos para cá, o derby não acontece de noite. Não que o horário vá impedir que rolem xingamentos e safanões, mas pra que facilitar a pancadaria, não é?

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Fora do estádio, a coisa é muito pior. No último derby, em maio deste ano, dois torcedores da Roma foram esfaqueados, duas horas antes da partida.

Depois do jogo, os 2 mil agentes policiais tiveram bastante trabalho para conter os ânimos exaltados. As ruas em torno do estádio foram fechadas e a tropa de choque lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os grupos que lançavam objetos contra a polícia.  Membros das duas torcidas foram presos por envolvimento nos incidentes e a truculência policial rolou solta.

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FESTIVAL DE EXPULSÕES

Roma e Lazio sem expulsão não é derby. Os jogadores entram em campo com os nervos à flor da pele e qualquer faísca pode provocar uma explosão.

Nos últimos 12 encontros, 16 jogadores foram expulsos: 9 da Lazio e 7 romanistas. O último foi o biancoceleste André Dias, que conseguiu ser expulso depois de apenas 3 minutos em campo.  O volante Ledesma, que hoje está no Santos, tem o recorde negativo de 3 vermelhos em uma dúzia de partidas.

Do lado romanista, em 2012, De Rossi foi para o chuveiro mais cedo depois de dar um soco na cara de Stefano Mauri.

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JOGANDO CONTRA O PATRIMÔNIO

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Sergio Santarini, jogador da Roma, tem o recorde negativo de maior marcador de gols contra no derby: 2 no total. Um marcado em 1971 e outro em 1973. Mas ele não está sozinho, do lado da Lazio: Faotto, Gualtieri, Wilson, Pulici, Janich e Negro mandaram para a própria rede. Do lado romanista: Acerbi e Rocca.

No derby do dia 18 de março 1979, as duas equipes tiveram gols contra: Cordova da Lazio e De Sisti da Roma.

PAOLO DI CANIO, GENTE BOA (SÓ QUE NÃO)

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Paolo Di Canio merece entrar na lista pelo conjunto da obra. Di Canio, que nunca escondeu suas preferências políticas, dedicou um capítulo da sua autobiografia a Benito Mussolini e tem duas tatuagens em homenagem ao Duce, “Dux” no braço e o rosto do ditador nas costas. A primeira vez que fez a saudação fascista foi num derby. Repetiu o gesto mais três vezes, contra Livorno, Juventus e Rieti.

Enquanto jogava pelo Sheffield Wednesday empurrou o juiz após ser expulso em uma partida contra o Arsenal. Em 2010, compareceu ao funeral de Paolo Signorelli, notório fascista condenado por envolvimento no Massacre de Bolonha, que matou 85 pessoas e feriu mais de 200.

Suas posições políticas causaram problemas quando trabalhou como treinador na Inglaterra. Quando fui contratado pelo Swindon Town, em 2011, o patrocinador GMB cancelou o contrato devido às suas posturas políticas. A sua contratação pelo Sunderland, em 2013, provocou a demissão do vice-presidente do time, David Miliband, por divergências irreconciliáveis com a comissão técnica.

ESTÁDIO VAZIO

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No estádio Olímpico, a partir dessa temporada, os setores reservados para as torcidas estão separados por barreiras de vidro, para impedir confrontos. A decisão da federação italiana e da prefeitura de Roma gerou grande revolta por parte de torcedores tanto de Roma quanto de Lazio.

As torcidas organizadas decidiram boicotar a partida deste domingo e, pela primeira vez, os torcedores dos dois times estarão do mesmo lado. E a Curva Nord e a Curva Sud estarão vazias.

PROVOCAÇÃO

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Se Totti costuma provocar a torcida da Lazio com bem humoradas mensagens na camiseta, algumas provocações ultrapassam o limite aceitável, como a de Daniele De Rossi no ultimo derby. Mas De Rossi não foi o primeiro a mostrar o dedo médio para a torcida adversária. Em 1989, Paolo Di Canio (sempre ele), fez o mesmo gesto para a Curva Sud.

CARTOLAS

Claudio Lotito e James Pallotta poderiam entrar para o grupo ‘Calados são poetas’. Toda vez que o presidente da Lazio abre a boca fala alguma bobagem. Algumas das suas pérolas são mais divertidas que polêmicas e, quase sempre, viram memes na internet.

Já James Pallotta costuma gerar polêmicas com bastante frequência. Este ano, o chefão da Roma, errou a mão e chamou parte dos torcedores de ‘fucking idiots’. O que Mister Pallotta esqueceu é que esses ‘idiotas’ não chegaram ontem na capital, e eles nunca deixaram de apoiar o time, mesmo sem ver a cor de um título há 15 anos.

Troféu “Crème de la crème”

SELFIE DE TOTTI

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A partida deste domingo será a de número 42 de Francesco Totti. Resumindo, Il Capitano tem mais jogos contra a Lazio que anos de vida.

Quase tão marcantes quanto seus 11 gols na arqui-inimiga Lazio são suas comemorações. Criativo e original, no último derby, Totti se superou fazendo uma selfie minutos depois de colocar a bola no fundo das redes de Marchetti. Os laziali venciam por 2-0 e o capitão giallorosso empatou a partida. Ficou “só” nisso.

COREOGRAFIA DAS TORCIDAS

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A cada derby, as torcidas se superam nas coreografias. Desde o famoso “Ti amo” da Curva Sud, em 1983, respondido com “Lazio nel cuore” no ano seguinte, a criatividade não conhece limite.

BRODAGEM

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Nem todas as partidas entre as duas equipes da capital foram marcadas por brigas. No dia 19 de novembro de 1979, Roma e Lazio se uniram em uma partida amistosa para homenagear Vincenzo Paparelli, falecido no derby do dia 28 de outubro. A renda de 59 milhões de liras foi doada para a família do rapaz.

A partida “Romanos” contra “Resto da Itália”, disputada no Olímpico, foi vencida pelos visitantes por 1-2, com gols de Roberto Pruzzo, que viria a ser um grande ídolo da Roma nos anos 80.

HOMENAGEM A ADRIANO

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Adriano chegou na Roma e logo ganhou o título de “O Imperador”. Dentro de campo não fez muita coisa e a lembrança mais marcante de sua passagem pela cidade eterna é a faixa que a torcida da Lazio fez para homenageá-lo em todo seu esplendor e sobrepeso.

O VOO DA ÁGUIA

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A linda e altiva mascote da Lazio, Olímpia, costuma dar rasantes antes das partidas em que a equipe é anfitriã. Desde sua estréia, no dia 22 de novembro de 2010, a águia real americana, cujo nome original era Dulcinea, conquistou o coração dos torcedores. Foram eles, inclusive, que escolheram entre Olimpia e Vittoria, através de uma votação promovida pelo clube.

Olimpia vive no Centro Esportivo de Formello, sob os cuidados do treinadores Juan e José Bernabé, mas é no Olímpico que ela se sente em casa.

O VOO DO AEROPLANINO

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Vincenzo Montella é o recordista de gols em um mesmo derby. Na temporada 2001-2002, voou baixo e marcou 4 gols, na vitória romanista por 1-5. Antes, em 1999, já tinha marcado uma doppietta, na partida que terminou 4-1 para a Roma.

 

 

 

Seis Graus de Separação: De João Fumaça a Ballack

Estava com saudade da nossa brincadeira semanal? Seus problemas acabaram. Cá estamos com mais uma edição do Seis Graus de Separação. Neste sábado, ligamos João Fumaça a Michael Ballack.

João Fumaça, Santos 1997

O atacante João Fumaça fez sua carreira começando no Noroeste. No Santos, viveu sua melhor fase, ainda que ela não tenha durado muito tempo. Jogou em 1997 pelo Peixe, antes de rodar o Brasil e a América. Enquanto atuava na Vila Belmiro, conheceu o meia Marcos Assunção…

Marcos Assunção, Betis 2006

Exímio cobrador de faltas e armador, Marcos Assunção começou no Peixe e teve bons anos na Europa por Roma e Real Betis. Na Espanha, teve a chance de cruzar com o lateral Paolo Castellini, que era um dos raros italianos a jogar pela liga espanhola…

Paolo Castellini, Roma 2010

Castellini não viveu o seu auge pela Roma, em 2010. Havia passado pelo Betis e pelo Parma antes de chegar na capital italiana. Foi treinado por Claudio Ranieri na Roma e conheceu o lateral norueguês John Arne Riise na equipe giallorossa…

John Arne Riise, Liverpool 2002

Riise marcou época com a camisa dos Reds, fazendo parte de um grande time de Rafa Benítez que conquistou a Europa em 2005. Outro que esteve no elenco daquele Liverpool de 2005 era o meia holandês Boudewijn Zenden.

Boudewijn Zenden, Chelsea 2002

Zenden teve longa carreira por clubes, jogando por grandes equipes como PSV, Barcelona, Chelsea, Liverpool e Marselha, além do Sunderland e do Middlesbrough. O holandês atuou pelos Blues de 2001 a 2003. E lá conheceu John Terry… (Esperamos que sem ter a sua mulher cobiçada pelo zagueiro)

John Terry, Chelsea 2007

Terry, um dos grandes zagueiros da história do Chelsea, foi formado nas categorias de base da equipe londrina, antes de ser promovido ao profissional em 1998. Também foi emprestado ao Nottingham Forest e voltou em 2000, está lá desde então. Terry já entrou em polêmicas por supostamente assediar esposas de colegas de time, sendo o caso mais notório o de Wayne Bridge, que até saiu do clube logo depois para evitar maiores problemas. Um dos caras que Terry provavelmente não gostaria de arrumar encrenca é o alemão Michael Ballack, que vestiu a camisa do Chelsea de 2006 a 2010…

Michael Ballack, Chelsea 2007

O meia alemão foi um dos grandes talentos da sua geração que fez a transição dos anos 1990 para os anos 2000 com alguns vexames no histórico. Nos tempos em que Ballack jogou pelo Chelsea, conquistou duas vezes o Inglês, três a Copa da Inglaterra e uma a Copa da Liga inglesa. Saiu em 2010 depois de se lesionar e perder o Mundial de 2010 na África do Sul, graças a Kevin Prince-Boateng, então no Portsmouth. Voltou para o Leverkusen, que o projetou para a fama internacional, se aposentando em 2012. E é aqui que chegamos ao fim da linha desta edição do Seis Graus de Separação.