Crise conjugal

Líder de novo. A vitória da Juventus sobre a Fiorentina veio com suor e riscos desnecessários, mas recoloca a Velha Senhora na ponta – pelo menos até a Udinese e a Lazio entrarem em campo. No sábado, falei que o time vinha desperdiçando chances absurdas. Desta vez, o desperdício foi dos atacantes. No primeiro tempo, a Juve precisou finalizar 14 vezes para fazer um golzinho. Torcedora exigente que é, a Lilian Trigo não está nada satisfeita e pode falar melhor do que eu.

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Matri, a estrela da noite


Tripletta: A Juventus tá liderando… Por que essa insatisfação toda?
Lilian: A Juve e eu estamos vivendo uma daquelas crises de casal. Até segunda ordem, ela dorme no sofá. Desde 2006, ser juventina não tem sido fácil. Escândalo de apostas, perda de scudetto, Série B, debandada de jogadores… Mas amor é chupar a manga, mesmo quando é amarga.

Tripletta: Mas como uma vitória pode ser amarga? Conta aí como foi o jogo.
Lilian: Noite chuvosa em Turim, 5° C, estádio cheio e a Juventus em campo com a camisa mais feia do mundo. Debaixo do implante capilar, Antonio Conte sacou um esquema 4-2-3-1, pra dar uma chance de Vidal dizer a que veio. Krasic, que não tem nada a dizer desde setembro do ano passado, nem no banco ficou. O primeiro tempo foi bacaninha, mesmo com Pirlo apagado e o pé de Vucinic precisando de uma calibrada. O ataque perdeu bem uma dúzia de chances, mas, hoje, Bonucci desencantou e fez mais ou menos tudo o que fez no Bari nas duas últimas temporadas passadas. Espero que este não seja o gol de 15 milhões de euros. Fim do primeiro tempo.

Tripletta: Na volta, seu time quase entregou a rapadura, certo?
Lilian: Nas suas sábias palavras, no segundo tempo a Juventus voltou Roma. Mihajlovic colocou Gilardino e ele, logo de saída, resolveu infernizar a vida de Storari, dublê de goleiro e jockey nas horas vagas. Como lá pros lados de Turim empate é o sabor da estação, depois de 13 minutos de sofrimento, a Fiorentina faz o dela com Jovetic.

Tripletta: E aí foi a vez da Fiorentina “romar”.
Lilian: Porque Pepe, o jogador que eu amo odiar (e xingar), resolveu calar minha boca e fez um passe perfeito pra Matri desempatar a partida. Hoje a Juve dorme líder do campeonato. Eu devia estar feliz, não é? Devia, mas não consigo deixar de pensar naquele time de 1995, que, além de encher os olhos com o futebol, tinha a camisa mais bonita de todos os tempos.

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